Só somos tão velhos, quanto nos sentimos. Pelo menos é o que diz o ditado e, aparentemente, alguns de nós estão a envelhecer mais devagar do que há duas décadas, de acordo com uma nova pesquisa.
Há provas científicas de que o envelhecimento biológico está a desacelerar em alguns casos. A idade biológica é um bom indicador da saúde da população, e se o ritmo diminuir, isso não significa apenas que estamos a viver mais tempo, mas que também estamos a viver vidas mais saudáveis, por mais tempo. Esse é o caso, por exemplo, do Cristiano Ronaldo que, de acordo com especialistas, apresenta uma idade biológica de 23 anos.
A equipa de investigadores observou os dados nutricionais e de saúde de 21.575 pessoas com idades inferiores a 80 anos nos Estados Unidos, entre 1988 e 2010 e examinou os dados relativos ao metabolismo, inflamação, função dos órgãos, pressão sanguínea e capacidades respiratórias.
“Esta é a primeira prova de que atrasamos o envelhecimento numa amostra nacional de americanos”, disse o autor do novo estudo, publicado em março na revista Demography, Eileen M. Crimmins, da Universidade da Califórnia do Sul.
Entre as medidas tiradas pelos investigadores estão os níveis de hemoglobinas, o colesterol total, a creatinina (relacionada com o funcionamento dos rins), a fosfatase alcalina, relacionada com doenças hepáticas, a albumina e a proteína C-reativa no sangue.
Estes níveis podem indicar quão em forma e saudável está o corpo, e os investigadores encontraram conjuntos completos de dados de 70% da sua amostra – cerca de 15.103 pessoas.
Há também, no entanto, muitos sinais externos – conforme vamos envelhecendo, nem toda a gente é abençoada com o mesmo nível saúde e bem-estar. Isso é o envelhecimento biológico em funcionamento.
O estudo revelou que a idade biológica é mais baixa nos últimos períodos em todos os grupos etários, mas essa diferença varia com base na idade e no sexo. Os cientistas acreditam que fumar, a obesidade e o uso de medicamentos podem também desempenhar um importante papel neste campo.
Homens com idades entre os 60 e os 79 anos mostram as maiores mudanças, com uma descida média da idade biológica de mais de quatro anos entre os anos 1990 e 2000 – por isso, os homens neste grupo etário eram, no geral, mais saudáveis biologicamente do que os homens com as mesmas idades uma década antes.
Os investigadores enfatizam que são necessários esforços para manter estas melhorias consistentes com todos os grupos etários e géneros, de outra forma, certas secções da população podem perder uma qualidade de vida melhorada.
O envelhecimento biológico é importante para toda a sociedade porque significa que a população está a viver mais tempo sem que o risco de doenças sérias e invalidez seja ativado.
E, apesar de este estudo ser apenas concentrado na população norte-americana, todos esperamos que melhorias nos cuidados médicos e estilos de vida mais saudáveis tenham um efeito positivo na qualidade de vida nos nossos últimos anos.