Esta quinta-feira, o Haiti decretou a suspensão durante dois meses das atividades da ONG britânica Oxfam, depois da revelação de abusos e má conduta sexual cometidos por funcionários.
Nos próximos dois meses, o grupo de ajuda Oxfam Great Britain vai ser suspenso de operar no Haiti, enquanto decorrer uma investigação sobre denuncias de má conduta sexual por parte dos seus funcionários, anunciou esta quinta-feira o Governo.
“Esta medida de suspensão justifica-se pelos factos comprovados de abusos e exploração sexual perpetrados no Haiti, entre 2010 e 2011, por responsáveis da Oxfam Reino Unido em detrimento dos cidadãos haitianos em situação de vulnerabilidade e precariedade”, considerou em comunicado o ministro Aviol Fleurant.
O Haiti está a investigar como é que a Oxfam da Grã-Bretanha respondeu aos relatos de que alguns de seus funcionários usaram prostitutas enquanto trabalhavam no país. O ministro do Planeamento e Cooperação Externa referiu ainda que estão a tentar determinar se algumas das prostitutas são menores de idade.
As autoridades consideram que este é um “crime grave”, o facto de um adulto ter relações sexuais com menores de 18 anos. Fleurant referiu ainda que o Governo haitiano está “chocado ao mais alto nível” com os relatos de má conduta dos funcionários da ONG.
O diretor regional internacional da Oxfam, Simon Ticehurst, disse que ele e outros elementos da organização estão a falar com as autoridades haitianas e a fornecer informações para ajudar com a investigação. “Isso faz parte de um processo contínuo de colaboração com o governo haitiano”, disse Ticehurst aos jornalistas em Porto Príncipe.
A Oxfam Great Britain, é uma das quatro divisões da organização internacional que trabalha no Haiti. O grupo de ajuda informou que sete trabalhadores foram demitidos ou demitiram-se em 2011, depois que uma denúncia que acusou os membros da equipa de alegada má conduta enquanto trabalhavam no país.
A Oxfam International pediu desculpas ao povo do Haiti e disse que criou um novo plano para melhorar a supervisão de seus funcionários.
// Lusa