Uma explosão simultânea de todas as centrais nucleares do mundo, em resultado de um ataque nuclear ou uma calamidade natural, tornaria o nosso planeta completamente inabitável ao longo dos 156 anos seguintes, devido à contaminação do solo e da atmosfera, descobriram os cientistas.
No final da 4ª temporada da série The 100, os seus heróis voam para o espaço para tentarem salvar-se do apocalipse nuclear provocado por uma explosão quase simultânea de todas as centrais nucleares do mundo. A protagonista principal, Clarke, garante que o planeta voltaria a ser seguro para viver ao fim de 2.199 dias.
“Tentámos verificar se esse seria realmente o caso“, explicam os autores de um novo estudo, apresentada num artigo publicado no Journal of Physics Special Topics.
Segundo as atuais avaliações da ONU e da Agência Internacional de Energia Atómica, as centrais nucleares produzem cerca de 11% de toda a energia eléctrica na Terra. Hoje em dia, o nosso planeta tem cerca de 430 centrais nucleares e quase 200 reactores flutuantes instalados em submarinos, quebra-gelos e centrais de energia flutuantes.
Em meados deste século, acreditam os especialistas das Nações Unidas, o número de reactores duplicará, e atingirá cerca de 900.
Na série The 100, estes reactores ficam fora de serviço quase ao mesmo tempo porque a protagonista destrói o sistema de inteligência artificial ALIA, que tinha provocado uma guerra nuclear no 1º episódio da série, e que geria o funcionamento de todas as instalações atómicas do planeta.
Usando dados das explosões nas centrais nucleares de Chernobyl e Fukushima, os cientistas britânicos tentaram calcular quantos radioisótopos seriam lançados para a atmosfera após um cataclismo e por quanto tempo o planeta ficaria inabitável para o ser humano.
De acordo com os resultados destes cálculos, a protagonista de The 100 terá sido muito optimista ao estimar a “quarentena” em 2.199 dias, uma vez que a dispersão dos grandes volumes de césio-137 e outros isótopos de vida longa libertados para a atmisfera tornaria a Terra inabitável para as pessoas ao longo de 150 anos, e não apenas 5.
Nos primeiros anos após a explosão, o nível de radiação, caso os resíduos tivessem sido distribuídos de forma regular, seria 35 vezes superior ao normal, e diminuiria até índices mais ou menos seguros apenas após cerca de 50 anos.
Claro que, realçam os cientistas, nada disso pode acontecer na realidade, uma vez que a maioria dos reactores modernos é equipado com vários sistemas de segurança que interromperiam as reacções químicas e desligariam o reactor caso o seu sistema de arrefecimento tivesse ficado enfraquecido.
Excepto, claro, num outro cenário de apocalipse: o de uma Guerra Termonuclear Global.
ZAP // Sputnik News