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Cientistas nos EUA conseguem remissão completa de leucemia com imunoterapia

billie stock / Flickr

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Uma nova abordagem para destruir células cancerígenas que usa o sistema imunitário do próprio doente levou à remissão completa da leucemia em 14 dos 16 doentes adultos submetidos a um ensaio realizado nos Estados Unidos.

Este ensaio clínico, publicado no jornal científico Science Translational Medicine, envolveu 16 pessoas com um tipo de cancro no sangue denominado de leucemia linfoblástica aguda tipo B.

Catorze doentes tiveram uma remissão completa depois de células T serem geneticamente modificadas para que se focassem na erradicação do cancro.

Os doentes, com uma média de idades de 50 anos, eram todos considerados terminais, depois de terem tido uma recaída ou terem descoberto que a quimioterapia já não estava a funcionar.

Como acontece em alguns cancros tratáveis, os doentes com este tipo de leucemia acabam, por vezes, por tornar-se resistentes à quimioterapia.

DR Memorial Sloan Kettering Cancer Center

Renier Brentjens, investigador do Memorial Sloan Kettering Cancer Center

Renier Brentjens, investigador do Memorial Sloan Kettering Cancer Center

De acordo com o principal autor do estudo, Renier Brentjens, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, sem esta terapia apenas 30% dos doentes responderiam à quimioterapia.

O processo envolvido neste ensaio clínico passa pela remoção das células T dos doentes, que são alteradas geneticamente para que possam atacar o cancro.

“O que fazemos é reeducar as células T em laboratório para reconhecer e matar as células cancerígenas”, explicou Renier Brentjens.

Depois de 15 anos de trabalho na tecnologia que permite esta modificação de células, “parece que está realmente a funcionar em doentes com este tipo particular de cancro”.

No ano passado, a equipa de Brentjens tinha anunciado os primeiros resultados considerados promissores em cinco adultos que tinham atingido a remissão completa.

Este tipo de tratamento é uma forma de imunoterapia, uma nova abordagem que foi considerada pela revista Science como o avanço mais significativo da ciência em 2013.

A imunoterapia usa o próprio sistema imunitário do doente para combater as células cancerígenas.

Em vez de atacar o cancro directamente, o tratamento actua sobre o sistema imunitário, incluindo os linfócitos T, para que ataque os tumores.

ZAP/Lusa

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