As marcas portuguesas de vestuário Throttleman e Red Oak serão em breve declaradas insolventes pelo Tribunal de Santo Tirso, na sequência do pedido recentemente apresentado pelo administrador de insolvência.
Em declarações à agência Lusa, o administrador judicial Luís Gomes disse ter avançado com o pedido de insolvência das duas marcas há cerca de duas semanas, depois de a administração da Brasopi (que detém as marcas) lhe ter comunicado ser insustentável manter a empresa em atividade.
“Agora há que aguardar, mas é meramente uma formalidade, a insolvência vai ser confirmada”, disse.
Segundo explicou, os planos de recuperação da Throttleman e da Red Oak tinham sido aprovados há um ano por uma “larga maioria” dos credores, mas um recurso interposto no Tribunal da Relação pela Fazenda Pública impediu a sua homologação.
De acordo com Luís Gomes, a empresa recorreu desta decisão para uma instância superior, que ainda não se pronunciou, sendo este “compasso de espera incompatível” com a manutenção da atividade.
“A empresa disse-me que não aguentava mais e, nos termos do código [de insolvência e recuperação de empresas], tive que requerer a insolvência”, afirmou.
Segundo explicou, será agora uma questão de dias até que o processo transite da Relação para o Tribunal de Santo Tirso e seja declarada a insolvência.
Controladas pelos mesmos acionistas, as marcas de vestuário Throttleman e Red Oak apresentaram em 2012 um pedido de Processo Especial de Revitalização (PER) na tentativa de evitar a falência.
Com um passivo que, no início do ano passado, rondava os 20 a 30 milhões de euros, as marcas tinham como principais credores o BES (que, juntamente com outros bancos, representava 50% dos créditos), seguido do Estado e da Segurança Social (com 16% dos créditos) e de diversos fornecedores e centros comerciais.
O plano de recuperação então aprovado implicava “uma reestruturação da dimensão” das marcas, conforme revelou então à Lusa o administrador judicial, o que passaria pelo encerramento de lojas em determinados locais e pela abertura noutros, mais rentáveis.
Já assumido na altura era que seria necessária “alguma diminuição do volume de negócios” das marcas – que, no caso da Throttleman, chegou, em 2009, a atingir os 17 milhões de euros – de forma a ajustá-lo ao atual “ambiente recessivo”.
Com uma rede de cerca de 50 lojas em Portugal, além de representações no El Corte Inglês e em espaços comerciais multimarca, a Throttleman é uma marca portuguesa de vestuário para homem, senhora e criança que está no mercado desde 1991.
Em finais do 2012, a marca anunciou a entrada em Angola, com a abertura de uma loja em Luanda, tendo então a Hozar (sociedade que detém maioritariamente a Throttleman, via a empresa Brasopi, e uma participação na Red Oak) anunciado um plano de internacionalização para Angola que previa a abertura de 10 lojas nos próximos dois anos.
/Lusa