O número de pessoas com doença de Parkinson irá aumentar em grandes proporções. Em 2040, os cientistas preveem que o número de pessoas que sofrem da doença cresça para os 14,2 milhões.
“As pandemias são geralmente equiparadas a doenças infecciosas como Zika, gripe e HIV. Mas os distúrbios neurológicos são agora a principal causa de inaptidão no mundo e a doença que apresenta um crescimento mais rápido é a doença de Parkinson”, esclareceu Ray Dorsey, neurologista do Centro Médico da Universidade de Rochester.
Segundo um artigo publicado na JAMA Neurology, Dorsey e a sua equipa referem que entre 1990 e 2015 a prevalência de Parkinson mais do que duplicou, e estimam que haja cerca de 6,9 milhões de doentes em todo o mundo.
Dorsey acredita que até 2040, o número de pessoas que sofrem da doença de Parkinson cresça para os 14,2 milhões, à medida que a população envelhece. Os investigadores preveem que a taxa de crescimento supere a doença de Alzheimer.
Embora estas estimativas sejam passíveis de sofrer erros de diagnóstico ou de ser influenciadas com o aumento da esperança de vida, Dorsey argumenta que a comunidade médica deve prosseguir as mesmas estratégicas que, em 15 anos, transformaram o HIV de uma doença desconhecida e fatal, numa condição crónica tratável.
“As pessoas que sofrem de HIV exigiram melhores tratamentos e agiram ativamente no processo de consciencialização. Foram, literalmente, para as portas das empresas farmacêuticas exigir novos tratamentos”, afirma Bastia Bloem, neurologista do Centro Médico da Universidade de Radboud, na Holanda.
Os cientistas defendem que a comunidade de doentes de Parkinson deve unir-se, lutar por melhores tratamentos e estar presente no processo de consciencialização.
Segundo o Sci-News, defender o aumento do financiamento da pesquisa da doença, reduzir o custo dos tratamentos e aumentar o acesso aos cuidados são as medidas que estão no topo da lista das necessidades dos doentes.
“A comunidade de Parkinson tem sido muito calma nestas questões”, admite Dorsey. “O fardo atual e o futuro desta doença debilitante depende da ação“.