A vítima terá pedido boleia ao namorado até ao trabalho. Por não ter carta, quando se viu perseguido pela polícia o homem pôs-se em fuga. A PSP disparou cerca de 20 tiros, tendo atingido mortalmente a mulher que seguida no lugar do pendura.
A mulher de 35 anos foi a primeira vítima civil de uma perseguição policial a registar este ano, avança o Diário de Notícias. De acordo com o jornal, o carro onde seguia a mulher acompanhada do namorado tem cerca de 20 marcas de disparos.
A parte difícil será agora identificar qual dos polícias foi o autor do disparo que matou a mulher. Os vários agentes que dispararam na direção do Renault Megane terão que enviar um relatório a justificar o uso da arma de fogo para a Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI), que abriu um inquérito ao caso.
Entretanto, o Expresso avança que seis dos sete polícias envolvidos no caso foram constituídos arguidos. Só seis foram constituídos arguidos, porque um deles nunca chegou a disparar. Além disso, um dos arguidos também será prontamente ilibado, uma vez que era o único a utilizar uma caçadeira, enquanto os restantes cinco usavam uma glock de 9 mm.
A bala que atingiu a mulher no pescoço, causando a sua morte, irá permitir identificar o agente que disparou.
A investigação do processo-crime está a cargo da secção de Homicídios da Polícia Judiciária de Lisboa, que irá pedir perícias de balística para tentar determinar o autor do tiro fatal. Do ponto de vista criminal, um ou mais agentes poderão vir a ser indiciados por homicídio por negligência ou qualificado (dependendo dos indícios recolhidos).
Além disso, a polícia alega que disparou de frente para o carro, numa tentativa de o imobilizar, já que a descrição do veículo – cor escura, luzes apagadas e com duas pessoas no interior – era semelhante ao dos assaltantes. Para a investigação, e se se comprovar verdade, os polícia terem disparado de frente pode fazer toda a diferença.
Entretanto, a viatura envolvida no assalto foi encontrada, mas os assaltantes permanecem em fuga, revela o Público.
PSP só pratica tiro uma vez de dois em dois anos
Mário Andrade, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP/PSP), revela ao Diário de Notícias que “a certificação obrigatória de tiro” só acontece “de dois em dois anos”. “É composta por um teste escrito com 30 perguntas sobre as regras de uso de armas de fogo e de uma tarde prática a disparar 20 ou 30 munições, ou seja, a descarregar dois carregadores. Não chega, obviamente“.
Já Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP), reconhece que, não sendo a “ideal”, a formação “melhorou bastante nos últimos anos”. Paulo Rodrigues salienta que esta formação “é ainda mais frequente” no caso dos agentes que pertencem às equipas especiais, como as de intervenção rápida.
No entanto, o treino obrigatório de tiro “não contempla alvos dinâmicos, apenas tiro estático, quando sabemos que não é essa a realidade numa perseguição, em que estamos em movimento”. Os sindicatos há muito que reclamam mais treino.
Mas quem deve ser constituidor arguido, os polícias ou o condutor do carro sem habilitações para tal e sem seguro e para mais desobedecendo ás ordens de paragem?
E mandado parar duas vezes, com um aparato enorme, com luzes azuis dos carros por todo lado, e ainda por cima àquela hora… só foi pena ser na mulher…