Cientistas conseguiram explicar a origem dos misteriosos geóglifos, que foram recentemente descobertos na Montanha dos Mortos, mais especificamente nos Urais, pelo investigador Valentin Degtyarev.
A diretora da empresa de cartografia temática Skaneks, Nina Moiseeva, disse à Sputnik que os geóglifos foram feitos com árvores derrubadas, que pode ser visto nas imagens de satélite.
“Se observarmos a área de perto, é possível ver muitos vestígios de árvores derrubadas, bem como intrusões trimestrais de infraestrutura linear e caminhos de desmatamento. Analisando esses fragmentos, é possível imaginar imagens diferentes, formas geométricas ou pessoas. No fundo, tudo depende da imaginação“, comentou Moiseeva.
A especialista também sublinhou que, se fossem reais, os geóglifos de tal envergadura já teriam sido detetados, porque a vigilância da Terra desde o espaço é realizada frequentemente e em detalhe.
A 8 de outubro, Degtyarev anunciou ter encontrado imagens de satélite mostrando geóglifos parecidos com aves e cometas, que, segundo ele, datam do período Neolítico. “O mais interessante é que este monumento incrível do período neolítico não foi encontrado por ninguém antes. está localizado a apenas 60 quilómetros da região com má fama”, disse o investigador.
A região de má refere-se a Passo Dyatlov, onde em fevereiro de 1959 um grupo de alpinistas morreu em circunstâncias desconhecidas.
De acordo com o russo Degtyarev, o geóglifo teria cerca de 10 quilómetros de comprimento por cinco de largura. “Todos os desenhos – e há dezenas deles – estão fixados no chão. Não têm nada a ver com geologia ou corte de madeira. Parecem algo semelhante a um cometa ou um asteróide”, comentou, na altura, convencido de que o geóglifo existia.
Degtyarev acredita que a descoberta comprova que o território à volta do Passo Dyatlov era considerado sagrado pela etnia mansi, que habita esta região da Rússia.
Região “de má fama”
A costa leste da montanha Kholat Syakhl, cujo nome em mansi significa “Montanha dos Mortos”, foi “rebatizada” de Passo Dyatlov devido ao incidente de fevereiro de 1959, que permanece por explicar.
Um grupo de nove esquiadores, liderados por Igor Dyatlov, apareceu morto. A falta de testemunhas deu aso a que muitas especulações fossem feitas.
Investigadores da época determinaram que os esquiadores tinham rasgado as barracas de dentro para fora, fugindo a pé sob forte nevão. Apesar dos corpos não demonstrarem sinais de luta, duas vítimas apresentavam o crânio fraturado e duas tinham costelas partidas.
As autoridades soviéticas determinaram que uma “força desconhecida” tinha provocado as mortes. O acesso à região foi consequentemente bloqueado a esquiadores e aventureiros por três anos após o incidente.
CF, ZAP // Sputnik News