Antigo líder da JSD desfilia-se por estar descontente com falta de democracia interna

2

PSD / Flickr

Primeiro dia do XXXV Congresso Nacional do PSD

Jorge Nuno Sá esteve à frente da Juventude Social Democrata entre 2002 e 2005. Na terça-feira pediu a desfiliação partidária, definindo o PSD como um “barco à deriva” e um partido onde “há racistas”.

O antigo líder da JSD denuncia que “há racistas” no partido e que centenas de candidatos autárquicos do partido em Lisboa foram escolhidos à margem dos estatutos. Para Jorge Nuno de Sá, a gota de água foi nada ter acontecido quando André Ventura defendeu o regresso da pena de morte.

Por isso, na terça-feira, Jorge solicitou a desfiliação partidária. Na carta que enviou a Passos Coelho, na qual explica as razões da saída, o conselheiro nacional demissionário denuncia a falta de democracia interna no partido.

“Ou estamos alinhados com uma espécie de poder informal instituído que comanda o partido ou nada podemos”. Jorge Nuno Sá acrescenta ainda: “Não gosto, mas admito que haja pessoas racistas no meu partido, desde que as possa combater. Não me deixo perturbar muito com as declarações sexistas de Abreu Amorim, além de caracterizarem mais o próprio do que outrem, desde que as possa contrariar”.

O ex-líder da JSD diz ainda que foi ultrapassada “a última das linhas vermelhas” a partir do momento em que “um qualquer candidato do PSD – referindo-se a André Ventura – equaciona a reintrodução da pena de morte, e nada acontece. Aí é o fim da linha.”

Além disso, Jorge Nuno Sá denuncia ainda o desrespeito pelos estatutos no caso de Lisboa. “Das centenas de candidatos que o PSD apresenta em Lisboa apenas cinco cumpriram os requisitos estatutários”. O ex-líder da “jota” refere-se a Teresa Leal Coelho, candidata à autarquia, e aos restantes quatro presidentes de junta que se recandidatam. “Foram os únicos 5 que eu enquanto militante me pude pronunciar e fi-lo”.

Logo no início da carta, o conselheiro nacional eleito no último congresso lembra a Passos que esta é “a carta que não queria escrever“, lembrando que tem “um quarto de século de militância, o que para alguém que acabou de completar 40 anos é mais de metade da vida”.

“O problema não é apenas o PSD ser neste momento um barco à deriva, e eventualmente afundar, já perdi e já me afundei junto daqueles em que acredito e convictamente defendo, para depois me reerguer e construir algo de novo. O problema é essa deriva levar-me a um porto para o qual eu não quero ir e nada poder fazer, pois não tenho garantias nem instrumentos aos quais recorrer”, explica.

O ex-líder da JSD despede-se do partido 25 anos depois: “O PSD tem feito escolhas e opções que eu não gosto, não quero, não subscrevo, e ao mesmo tempo retirou-me os instrumentos que eu tinha para os contestar e combater. Assim Não! Os nossos caminhos separam-se aqui, deixei de acreditar“.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

2 Comments

  1. Enquanto o PSD estiver refém de mafiosos como o Marco António e amigos, é natural que os militantes mais sérios sintam falta de democracia!…
    É urgente uma limpeza de mafiosos e de palermas dentro do PSD a bem do próprio partido e da democracia nacional.

  2. Eu que sempre achei que este Sr. era um “Bétinho” e só queria era subir no PSD. Agora vejo que afinal não
    assim.Peço desculpa pelo juízo formado. E sim acho que ele teve t…..tes para enfrentar aqueles lambe botas que reinam no Partido, tais como LMontenegro,Marco Antonio.
    Haja alguém que faça ver a PCoelho que ele já era…E não tem outra coisa a fazer se não deixar a politica.
    Deixar-se de aquando entrevistado mostrar aquele sorriso de sarcasmo e de parvalhão que tem mostrado.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.