O corpo do fotojornalista, desaparecido desde quinta-feira, foi encontrado na bagageira do seu automóvel, que fora localizado na terça-feira em São Pedro de Penaferrim, Sintra, disse à agência Lusa fonte policial.
A mesma fonte adiantou à Lusa que a Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a morte de Pedro Palma, fotojornalista e cartoonista que, segundo a família, estava desaparecido desde a passada quinta-feira.
O corpo será autopsiado esta quinta-feira no Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), em Lisboa.
Uma fonte da GNR de Sintra referiu à Lusa que o corpo foi encontrado na bagageira do Alfa Romeo utilizado pelo fotojornalista, que se “encontrava devidamente estacionado” numa rua do bairro de São Pedro.
A localização do carro foi revelada ao destacamento de Sintra da GNR por pessoas que tinham conhecimento do desaparecimento de Pedro Palma, de 58 anos.
A mesma fonte da GNR explicou que a viatura “estava fechada” e que, por indicação da PJ, foi transportada para as instalações da GNR de Alcabideche, concelho de Cascais, para a realização de “inspeção judiciária” e recolha de elementos de prova.
“O meu irmão nunca falou em matar-se”
Segundo o Observador, o cadáver foi encontrado na mala do automóvel, com uma garrafa de uma bebida alcoólica ao lado e sem quaisquer lesões ou indícios de luta. As autoridades estão a trabalhar sobre um cenário de suicídio.
De acordo com a irmã, o carro em que o corpo foi encontrado já não lhe pertencia porque “tinha-o vendido há dias, a um grande amigo, que lhe disse que podia andar com ele enquanto quisesse”. Ainda segundo Rosário Palma, a PJ já entrou em contacto com o atual proprietário do Alfa Romeo.
Operado há quatro anos a um aneurisma da aorta, o fotógrafo passou por inúmeras complicações na sequência da cirurgia: “Apanhou uma bactéria hospitalar, ficou sem um rim e com problemas no estômago, passou a precisar de tomar uma série de medicamentos todos os dias”, contou a irmã, citada pelo jornal online, que já equacionava a possibilidade de Pedro ter desaparecido de livre vontade e temia a hipótese de suicídio.
“O meu irmão nunca falou em matar-se. Nas fases piores dizia que queria que o aneurisma tivesse rebentado e tivesse morrido logo, mas nunca disse que se queria matar. E agora, então, não faz sentido, não percebo, ele estava melhor, a voltar a trabalhar, uma coisa destas acontecer agora não faz sentido”, disse ao Observador, antes de o corpo ter sido encontrado.
Na semana passada, o fotógrafo tinha publicado na sua página do Facebook um vídeo enigmático de um ecrã de um televisor em estática.
Pedro Palma foi casado com a bióloga e escritora Clara Pinto Correia e juntos tiveram dois filhos: Ayaz, de 27 anos, e Noor, de 26.
ZAP // Lusa