Proposta inovadora ou simplesmente golpe? A Polícia de Pequim, na China, prendeu 32 pessoas por arrecadarem ilegalmente fundos para o projeto do Transit Elevated Bus – TEB, na sigla em inglês -, projeto de transporte de massa pensado para evitar o trânisto, ao passar por cima dos carros.
A ideia atraiu grande atenção internacional quando foi apresentada na High-Tech Expo Internacional de Pequim em maio de 2016, onde os visitantes puderam observar uma “miniversão” da invenção em funcionamento.
Mas, segundo a BBC, poucos meses mais tarde começou a crescer a especulação de que tudo não passava de um esquema criminoso. O projeto foi cancelado em junho e a imprensa chinesa divulgou que a estação de testes do TEB em Qinhuangdao tinha sido demolida.
A polícia prendeu 31 pessoas, entre as quais Bai Zhiming, diretor-executivo da TEB Technologies, empresa que estava à frente da iniciativa, e fundador da empresa de financiamento Huaying Kailai Asset Management.
Aos investidores, tinham sido oferecidos lucros de 12% sobre o capital que colocassem no negócio mas, segundo os meios de comunicação chineses, a oferta teria sido uma forma de atrair essas pessoas para que comprassem produtos financeiros da empresa.
Na China, são comuns golpes em que sites oferecem grandes retornos para investimentos em novas empresas – uma área ignorada pelos bancos estatais do país. Num comunicado, a polícia disse estar a trabalhar na recuperação do dinheiro dos investidores do projeto.
O cepticismo quanto ao novo modelo de metro – um veículo elétrico com 21 metros de comprimento por 7,6 metros de largura e 5 de altura – começou a fazer-se notar quando, após os primeiros testes realizados em agosto de 2016, foram suspensos testes subsequentes.
Muitos questionavam se o veículo poderia fazer curvas ou passar por baixo de pontes. Outros perguntavam como é que o metro ia dobrar esquinas ou se era suficientemente forte para suportar o seu peso e o dos passageiros.
A expectativa era de que o metro futurista pudesse levar até quatro carruagens, transportando 1,2 mil passageiros.
Algumas pessoas observaram que o modelo usado nos primeiros testes foi o mesmo apresentado há seis anos, quando a ideia surgiu, o que indicava que não tinham sido feitos progressos técnicos significativos durante esse tempo.
Também não se sabia se o metro tinha ou não sido aprovado pelas autoridades. O jornal Financial Times chegou a informar que o governo de Qinhuangdao, na Província de Hebei, no nordeste da China, onde o TEB estava a ser testado, tinha anunciado um investimento de cerca de 400 milhões de euros no projeto.