Graças a tecnologia de ponta, o primeiro fóssil de dinossauro identificado cientificamente, há mais de 200 anos, ganhou uma nova cara, com a descoberta de cinco dentes que não tinham sido vistos até agora.
Investigadores da Universidade de Warwick e do Museu de História Natural da Universidade de Oxford, no Reino Unido, conseguiram detectar cinco dentes que ainda não tinham sido vistos na mandíbula do Megalosaurus, ou “Grande Lagarto”, como é também conhecido, usando uma tecnologia de tomografia computorizada de última geração.
O professor Mark Williams, da Universidade de Warwick, que liderou a pesquisa, conseguiu criar uma imagem a três dimensões do fóssil, depois de, com a ajuda de especialistas em análise 3D, ter tido acesso a mais de 3000 imagens de raios-X das mandíbulas do dinossauro.
Dessa forma, foi possível espreitar a mandíbula por dentro, pela primeira vez, detectando as raízes dos dentes que estavam a crescer quando o animal morreu, explica a Universidade de Warwick em comunicado.
Também foi possível encontrar restos de dentes velhos e usados e pequenos dentes recém-nascidos.
“Conseguir usar tecnologia de ponta normalmente reservada para a engenharia aeroespacial e automotiva para digitalizar um tão raro e icónico espécimen da história natural foi uma oportunidade fantástica“, diz Mark Williams.
“Quando estava a crescer, era fascinado pelos dinossauros e lembro-me, claramente, de ver imagens da mandíbula do Megalosaurus em livros que li. Ter acesso e digitalizar a coisa real foi uma experiência incrível”, assume o professor.
O fóssil está exposto no Museu de História Natural da Universidade de Oxford a par de outros ossos do esqueleto do Megalosaurus.
O “Grande Lagarto” era um dinossauro carnívoro que viveu no Jurássico Médio, há cerca de 167 milhões de anos, e que teria 9 metros de altura e um peso de cerca de 1400 kg.