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Temer pede suspensão do inquérito e diz que gravação foi adulterada

Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O presidente do Brasil, Michel Temer

O presidente do Brasil, Michel Temer

O Presidente brasileiro anunciou este sábado que vai pedir a suspensão do inquérito de corrupção passiva de que é alvo no Supremo Tribunal Federal (STF), até que seja confirmada a autenticidade da gravação que o compromete.

“Estamos entrando com petição no STF para suspender o inquérito até que seja verificada a autenticidade da gravação clandestina”, afirmou Michel Temer, numa declaração ao país.

Em causa está uma gravação de uma conversa entre o empresário Joesley Batista, da empresa JBS, e o Presidente brasileiro sobre o alegado pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha.

Nessa conversa, segundo os áudios divulgados, o Presidente terá recomendado ao empresário “manter” o pagamento de uma verba regular àquele dirigente do seu partido, que está acusado de vários crimes de corrupção.

Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos, que levou muitas pessoas ao engano e trouxe grave crise ao Brasil”, assegurou o chefe de Estado.

Entretanto, o ex-presidente Lula da Silva defendeu o rápido afastamento de Temer da presidência do país e prometeu defender a realização de eleições diretas.

Nós queremos eleições diretas, queremos que o Temer saia logo. Não queremos um presidente eleito indiretamente [pelo Congresso brasileiro], mas pelo povo brasileiro. Seja quem for, não importa quem for. Podemos até perder, mas que seja em processo democrático”, disse Lula, citado pela agência EFE.

“Podem ter a certeza de que estarei na trincheira com vocês para recuperar a democracia neste país”, acrescentou.

O antigo presidente reiterou, por outro lado, que as acusações de que é alvo na operação Lava Jato lhe dão “vontade de disputar a eleição”.

“Eu tinha imaginado que não seria mais candidato a nada. Agora, com essa provocação, quantidade de denúncia, arrumando coisa toda a semana, isso me dá vontade de disputar a eleição” presidencial, afirmou, num discurso de posse da nova direção de uma delegação do Partido Trabalhista no município de São Bernardo do Campo do Estado de São Paulo.

Réu em três processos no âmbito da operação Lava Jato, Lula reconheceu, porém, que a sua candidatura depende de não ser condenado em segunda instância pela justiça, o que o deixaria na condição de não-elegível, de acordo com a Constituição brasileira.

O empresário Joesley Batista declarou ainda que manteve duas contas no exterior do Brasil, no valor de 150 milhões de dólares (133 milhões de euros) para pagamento de subornos aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

ZAP // Lusa

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