Legisladores filipinos rejeitaram, esta segunda-feira, o pedido de destituição do presidente Rodrigo Duterte na sequência de uma acusação de crimes contra a humanidade pela morte de milhares de pessoas durante as operações de luta contra estupefacientes.
A Comissão de Justiça, na Câmara dos Representantes, dominado por aliados políticos de Duterte, disseram que a queixa “era suficiente” quanto à forma mas carecia de “substância” para ser considerada.
A decisão da comissão sobre o processo de destituição de Duterte – que incluía acusações de assassínio e corrupção – já era esperada, já que dos 292 membros do parlamento, pelo menos 267 são considerados aliados de Duterte, e o Presidente continua a gozar de um amplo apoio popular entre os filipinos.
Mesmo assim, a oposição acredita que o processo contra o chefe de Estado das Filipinas pode vir a ser enviado para o Tribunal Penal Internacional por alegados crimes extrajudiciais cometidos nas Filipinas.
O processo de destituição teve início no passado mês de março. De acordo com grupos de direitos humanos, as medidas de combate às drogas implementadas por Duterte provocaram a morte a mais de nove mil pessoas, entre traficantes e consumidores.
O governo, no dia 2 de maio, anunciou que o número de mortos não ultrapassa os 4.600, sendo que as pessoas abatidas durante as operações policiais estão relacionadas com o tráfico de estupefacientes.
Após o anúncio da decisão, o debate na Câmara dos Representantes ficou marcado pelos protestos da oposição que criticaram a maioria que apoia Duterte por não ter permitido que Gary Alejano, se pronunciasse sobre o assunto.
Alejano, membro da Câmara de Representantes, diz ser conhecedor das alegações sobre os assassinatos, assim como dos fundos do Estado que foram desviados para contas bancárias ligadas ao chefe de Estado.
// Lusa