Durante uma conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, a NASA informou que foram identificados sete planetas do tamanho da Terra em órbita da estrela TRAPPIST-1, localizada a cerca de 39 anos-luz do Sol, na constelação Aquarius.
“Sinto-me entusiasmado por anunciar que o Dr. Michael Gillon e a sua equipa usaram o nosso telescópio espacial Spitzer para confirmar que existem realmente sete planetas do tamanho da Terra em órbita da estrela TRAPPIST-1”, informou o dirigente da NASA, Thomas Zubuchen.
Este sistema de exoplanetas é chamado de TRAPPIST-1, devido ao Transiting Planets and Planetesimals Small Telescope (TRAPPIST), localizado no Chile, através do qual os cientistas observaram três planetas, em maio de 2016.
Assistido por vários telescópios terrestres, incluindo o Very Large Telescope do European Southern Observatory, o telescópio Spitzer confirmou a existência de dois desses planetas e descobriu outros cinco, aumentando para sete o número de planetas encontrados.
Os cientistas revelaram que três dos planetas descobertos estão na chamada “zona habitável”, onde há grande probabilidade de existir água em forma líquida.
“Esta descoberta pode ser uma peça significativa na procura por ambientes habitáveis. Responder à pergunta ‘nós estamos sozinhos’ está no topo da nossa lista de prioridades científicas e encontrar tantos planetas, pela primeira vez, numa zona habitável é um passo notável”, destacou Zurbuchen, citado pela agência ANSA.
Como os planetas encontrados estão localizados fora do nosso sistema solar, são cientificamente conhecidos como exoplanetas. A equipa de cientistas da NASA já mediu o tamanho dos sete planetas e desenvolveu as primeiras estimativas das massas de seis deles, permitindo que a sua densidade fosse estimada.
De acordo com os especialistas, todos os planetas TRAPPIST-1 deverão ser rochosos. A massa do sétimo exoplaneta ainda não foi estimada – os cientistas acreditam que poderá ser um mundo gelado, como uma espécie de “bola de neve”, mas são necessárias mais observações.
Contrariamente ao Sol, a estrela TRAPPIST-1 é tão fria que, segundo os cientistas, a água líquida poderia sobreviver em planetas que orbitem perto dele, mais perto do que é possível nos planetas do nosso Sistema Solar.
Todas as sete órbitas planetárias TRAPPIST-1 estão mais próximas da estrela do que Mercúrio relativamente ao Sol, e os planetas também estão muito próximos uns dos outros.
“O que é interessante é que estes planetas estão tão próximos uns dos outros que se veem não como um ponto brilhante, como vemos Vénus, mas como nós vemos a lua”, destacou o astrónomo Michael Gillon, o principal autor do estudo publicado na Nature.
No entanto, os planetas poderão ter sempre o mesmo lado virado para a estrela, portanto, num lado estará sempre de dia e no outro será sempre noite. De acordo com os cientistas, isso pode significar que os exoplanetas têm padrões de tempo totalmente diferentes da Terra, o que pode significar ventos fortes e mudanças extremas de temperatura.
Os cientistas vão continuar a analisar o recém-descoberto “Sistema Solar” com recurso a vários telescópios espaciais, para conseguirem identificar as várias propriedades dos planetas conhecidos e continuar à procura de outros corpos celestes que possam ser habitáveis.