As famílias portuguesas com dívidas podem a partir de agora procurar o apoio da rede de assistência “SOS Famílias Endividadas”, destinada especialmente a apoiar a reestruturação de dívidas, bancárias por exemplo.
A rede, uma iniciativa inédita, surge na sequência de um protocolo que é hoje assinado entre a Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF) o Centro de Apoio ao Endividado, e pode ser consultada através da página da internet www.sosfamilias.com .
“Há uma intenção da CNAF de encontrar um caminho para aquelas famílias que procuram ‘uma luz ao fundo do túnel’ “, disse à agência Lusa o secretário-geral da CNAF, Hugo Oliveira.
Porque tem havido muitas situações de famílias que decretam a insolvência por incapacidade de pagar as dívidas, e tendo por base o trabalho que já está a ser feito pelo Centro de Apoio ao Endividado, a CNAF “propõe um método de assistência às famílias” através da reestruturação das dívidas pela via judicial, explicou Hugo Oliveira.
A CNAF é composta por cerca de 150 associações, entre instituições de solidariedade social e autarquias, que estão mais perto das famílias e melhor conhecem as realidades, notou o responsável.
Através dos especialistas do Centro de Apoio ao Endividado, acrescentou, será possível negociar com os credores das famílias e chegar a um entendimento ou meter um processo em tribunal.
“Trata-se de propôr por via judicial a reestruturação da dívida. Isso permitirá aliviar a carga sobre as famílias, com as dificuldades que têm nos dias de hoje e com a economia no estado em que ela está”, disse Hugo Oliveira.
Trata-se de dívidas a bancos mas a outras entidades financeiras, muitas delas reflexo de no passado recente muitas famílias terem vivido “acima das suas possibilidades”, quando o crédito era fácil, disse o responsável.
Quando as famílias não têm capacidade para pagar “muitas vezes é declarada a insolvência e na procura de soluções a CNAF procurou junto do Centro de Apoio ao Endividado e o caminho pode ser de entreajuda com as famílias que têm este problema”, resumiu Hugo Oliveira.
O responsável não adiantou percentagens mas disse que os processos de insolvência de famílias têm aumentado e que há actualmente muitas outras “no limite da sustentabilidade”.
/Lusa