A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, criou um dispositivo eletrónico que se liga a um telemóvel e permite aos automobilistas conhecerem, na hora, a sua taxa de alcoolemia.
A academia transmontana explicou esta terça-feira, em comunicado, que com este “sistema inovador” o condutor apenas terá de soprar para um sensor ligado via Bluetooth a um smartphone dotado de uma aplicação que lhe dará a indicação da quantidade de álcool que ingeriu.
O trabalho foi desenvolvido no Departamento de Engenharias da UTAD, no âmbito do mestrado em engenharia eletrotécnica e de computadores realizado por Ana Patrícia Queirós Gomes, sob a orientação dos investigadores Lio Fidalgo Gonçalves e Raul Morais dos Santos.
Segundo a universidade, os investigadores criaram um alcoolímetro “smartwatch wearable” complementado por uma aplicação móvel que possibilita a “rápida e fácil estimativa da taxa de alcoolemia por analogia à quantidade de álcool detetado na respiração”.
E, de acordo com os responsáveis, o sistema final mostrou resultados “bastante consistentes e proporcionais” e cuja precisão já foi confirmada através da sua comparação com o aparelho atualmente utilizado pelo comando da Polícia de Segurança Pública de Vila Real”.
Os investigadores destacaram que, com esta aplicação, “o condutor pode aferir a taxa de alcoolemia a qualquer hora” e consideraram ainda que, através desta monitorização, podem “resultar grandes progressos na prevenção de acidentes rodoviários”.
“Pretende-se que este sistema seja portátil, de fácil manuseamento e razoavelmente discreto de forma a ser transportado com o utilizador no seu dia-a-dia permitindo um cómodo acompanhamento e controlo daquele que poderá ser um problema de saúde ou apenas uma situação esporádica”, referiram ainda.
O sistema proposto deverá ser capaz de, em primeiro lugar, recolher amostras de sopro, processá-las e apresentar os resultados num curto espaço de tempo.
Segundo os responsáveis, o dispositivo será acompanhado por uma aplicação Android que permitirá o registo de resultados de forma discreta.
Desta forma, acrescentaram, pretende-se que o sistema proposto represente “um passo em frente, embora ainda pequeno, no combate à mortalidade associada aos acidentes rodoviários, bem como à doença que representa o alcoolismo que faz parte da realidade portuguesa”.
/Lusa