Uma nova investigação reforça a teoria de que os cães podem ser sido domesticados a partir de lobos que frequentavam as primeiras civilizações humanas à procura de restos de comida.
O estudo realizado por cientistas da ENS de Lyon, em França, publicado na Royal Society Open Science, analisou o ADN dos ossos de cães em oito zonas arqueológicas na Europa e na Ásia.
Os resultados da investigação sugerem que os cães desenvolveram a habilidade de digerir alimentos ricos em amido durante a revolução agrícola há milhares de anos.
A investigadora Morgane Ollivier, da ENS, disse que a domesticação dos cães foi influenciada pelo desenvolvimento cultural humano.
Amostras de ADN com 4 e 8 mil anos revelam que a habilidade dos cães digerirem amido surgiu na época em que as civilizações adotaram a agricultura.
“Ligamos a habilidade de digerir amido ao desenvolvimento da agricultura nas primeiras sociedades agrícolas. Isto provavelmente constituiu uma vantagem seletiva importante para os cães, que se alimentavam dos restos de comida deixados por humanos”, explicou Ollivier à BBC.
“É um exemplo incrível de evolução paralela da cultura humana – o aparecimento da agricultura e do genoma do cão”, acrescentou a investigadora.
Os cientistas defendem ideias diferentes sobre como é que os cães foram domesticados a partir dos lobos.
Alguns especialistas sugerem que os antigos caçadores utilizavam os lobos como companheiros de caça ou como cães de guarda – conseguindo, gradualmente, treinar e domesticar estes animais.
Outros argumentam que a domesticação começou mais tarde, quando os lobos começaram a roubar restos de comida das civilizações e começaram a viver com os humanos.
Segundo os cientistas, os cães começaram a desenvolver-se como uma subespécie (Canis lupus familiaris) da espécie Canis lupus.
Independentemente do motivo que despoletou o desenvolvimento dos cães, estes são os animais de estimação mais populares em todo o mundo e são considerados como os melhores amigos do homem.
ZAP / BBC
