A aplicação, que é detida pelo Facebook desde 2014, anunciou esta quinta-feira que vai ceder os números de telefone dos seus utilizadores à rede social.
“Como uma empresa subsidiária do Facebook, nos próximos meses iremos começar a partilhar informação que nos permita coordenar melhor e com isso melhorar a experiência entre os serviços. Esta é uma prática típica entre as empresas que são adquiridas por outras”, informou o serviço de mensagens WhatsApp em comunicado.
Com esta mudança de política, a rede social passa a ter acesso ao número de telefone de cada utilizador para verificar a sua conta de WhatsApp, assim como os dados sobre a frequência de utilização da aplicação como, por exemplo, a última hora de conexão.
De acordo com a empresa, a partilha desta informação tem vários objetivos: melhorar a eficácia publicitária com anúncios que sejam mais relevantes para os utilizadores do Facebook e sugestões para estabelecer ligações com outras pessoas conhecidas e também para combater os abusos e mensagens não desejadas no WhatsApp.
A aplicação de mensagens instantâneas reconhece que outras empresas subsidiárias do Facebook, como o Instagram, podem usar a informação do WhatsApp para “atividades diversas”, como sugerir contas a seguir.
Os utilizadores do serviço de mensagens podem recusar que os seus dados sejam utilizados para “melhorar experiências relativas a anúncios e produtos”, mas não que o Facebook conheça o número de telefone e os seus padrões de atividade no WhatsApp.
“De momento, não temos planos de partilhar com o Facebook outra informação opcional”, como o estado, nome e foto do perfil do utilizador, e “muito menos guardamos as mensagens assim que são entregues”, salienta a empresa, que insiste que, apesar da partilha de dados, vai continuar a funcionar “como um serviço independente”.
Adiantou também que as mensagens encriptadas continuam a ser privadas e que a empresa não irá vender ou partilhar o número de telefone dos utilizadores com os anunciantes.
Os clientes do WhatsApp vão receber a partir de hoje uma notificação com os novos termos de privacidade, momento a partir do qual dispõem de 30 dias para aceitar caso pretendam continuar a utilizar a aplicação.
Esta é a primeira mudança de política de privacidade em quatro anos e, segundo o serviço WhatsApp, estas alterações resultam dos seus planos de alternativas de comunicação entre utilizadores e empresas nos próximos meses.
/Lusa