Uma equipa de arqueólogos encontrou uma surpreendente sepultura do final da Idade do Bronze. Estava cheia de riquezas e deixou os investigadores de boca aberta. O próximo desafio é encontrar a “rica” cidade que albergava este túmulo.
Uma expedição arqueológica realizada em 2010 por investigadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, só agora ano revelou o seu achado mais importante e surpreendente: uma sepultura do final da Idade do Bronze repleta de objectos de ouro e preciosidades.
O túmulo foi descoberto nas imediações de Hala Sultan Tekke, uma cidade de entre 1600 e 1150 Antes de Cristo, localizada no Chipre.
A localidade do final da Idade do Bronze envolvia uma área de 50 hectares e tinha ligações comerciais de longo alcance que chegavam à Suécia, revela o Alpha Galileo.
Mas além de os objectos serem descritos como “fantásticos” pelos arqueólogos, a grande surpresa reside no facto de estes datarem de entre 1500 e 1400 a.c., mas não terem sido encontrados vestígios da cidade deste período.
Os cientistas estimam que a cidade deve ter sido “muito rica” e vão continuar as explorações para lá chegarem a partir da Primavera de 2017.
O líder da expedição, Peter Fischer, professor de Arqueologia Cipriota na Universidade de Gotemburgo, explica que “as escavações em Maio e Junho deste ano foram as mais bem sucedidas até à data”.
“Descobrimos um bairro mais antigo da cidade de cerca de 1250 a.c. e fora da cidade encontramos uma incrivelmente rica sepultura, uma das mais ricas do Chipre deste período, e um poço de oferendas próximo dela”, salienta Peter Fischer.
Descobrir “um local de enterro do final da Idade do Bronze é bastante sensacional, já que as pessoas que morriam nessa época eram, normalmente, enterrados dentro do assentamento”, nota Fischer.
O professor de arqueologia revela ainda que “a sepultura parece ser um túmulo de família para oito crianças entre os 5 e os 10 anos de idade e nove adultos, dos quais o mais velho tinha cerca de 40 anos”.
“A esperança de vida era muito mais curta na altura”, refere Fischer.
Chipre tinha papel principal no comércio de longa distância
Segundo o Alpha Galileo, entre os objectos encontrados na sepultura e no poço de oferendas incluem-se um diadema, pérolas, brincos e escaravelhos egípcios, pedras preciosas e cinco sinetes cilíndricos, entre os quais alguns provenientes da Síria e da Mesopotâmia, e um punhal de bronze.
Havia ainda no local mais de uma centena de vasos de cerâmica ricamente ornamentados, com ilustrações espectaculares, atesta a publicação.
Estes potes cerâmicos estavam decorados com símbolos religiosos ou com animais como peixes, por exemplo, e um inclui pessoas sentadas numa charrete puxada por dois cavalos e uma mulher a usar um vestido bonito.
Os investigadores acreditam que os vasos foram provavelmente importados da Grécia, de Creta e da Anatólia – o território onde fica actualmente a Turquia – o que evidencia o papel central do Chipre no comércio de longa distância.
“Encontrámos também na cidade sinais de fabrico em grande escala e de tintura púrpura de têxteis“, diz Peter Fischer.
“Estes produtos eram usados no comércio com as culturas elevadas no Egipto, Anatólia, no Levante, Mesopotâmica, Creta e Grécia, o que explica os ricos achados importados”, conclui o investigador.
ZAP