A NASA espera poder lançar para o espaço até ao final de 2018 o telescópio que vai suceder ao Hubble na observação do Universo quando estava no início da sua formação.
O novo instrumento de observação chama-se James Webb Space Telescope (JWST) e tem como responsável científico Pierre Ferruit, da Agência Espacial Europeia (ESA). O projeto tem também a participação da NASA e da Agência Espacial do Canadá.
Ferruit disse, durante a sua intervenção no segundo dia da reunião científica da Sociedade Espanhola de Astronomia (SEA) que se realiza em Bilbao, que o lançamento do engenho, com um espelho primário de 6,5 metros de diâmetro, vai tornar-se no maior telescópio espacial da História.
Esta grande dimensão e a excelente visão no campo dos infravermelhos vai permitir ao telescópio JWST estudar a formação das primeiras galáxias quando o universo era ainda jovem, com apenas algumas centenas de milhões de anos – atualmente tem 13.700 milhões de anos -, indicou a SEA num comunicado.
O JWST também vai poder estudar as atmosferas de exoplanetas – planetas situados fora do sistema solar – à procura de moléculas chave para a vida, como a água, o metano e o dióxido de carbono.
“O mais emocionante é que a sensibilidade do JWST, em comparação com os telescópios atuais, será tão elevada que de certeza que vamos descobrir coisas que nem nós esperamos“, explicou Pierre Ferruit.
O telescópio é batizado em honra a James E. Webb, o segundo administrador da NASA (entre 1961 e 1968), que teve um papel crucial no programa Apollo – que levou astronautas à Lua em 1969 – e em colocar a investigação científica no centro da atividade da agência.
Missão europeia
Ainda que o projeto seja liderado pela NASA, a Europa – através da ESA – tem também um papel destacado na missão, recordou Ferruit.
Exemplo desse papel é que o novo telescópio vai ser lançado num foguete Ariane europeu, e outros institutos de investigação e empresas europeias desenvolveram alguns dos instrumentos a bordo.
Em contrapartida, os cientistas europeus garantiram 15% do tempo de observação do JWST assim que esteja operacional.
Espanha também participa no projeto em dois dos quatro instrumentos científicos com que o JWST conta: o espectógrafo de infravermelhos próximos ou NIRSpec e o instrumento de infravermelhos médios, MIRI.
No que diz respeito ao NIRSpec, Espanha faz parte da equipa científica que monitoriza tanto o desenvolvimento do instrumento como as observações que vai levar a cabo, centradas principalmente nas galáxias primordiais do universo.
/Lusa