Uma equipa de cientistas da DARPA, a Defense Advanced Research Projects Agency, está a construir implantes cerebrais que podem ser a chave para restaurar memórias perdidas – principalmente em quem tenha tido algum dano traumático cerebral ou sofra de perda de memória.
“Estamos a abrir a porta à esperança de encontrar memórias há muito perdidas”, diz o director do centro de tecnologia biológica da DARPA, Justin Sanchez.
“Estamos a tentar entender o que significa construir uma interface no sistema nervoso, e temos a tecnologia para entender o que o cérebro nos diz” explica o investigador, citado pelo Tech Insider.
Durante o Demo Day, o evento anual da DARPA, no Pentágono, Sanchez detalhou um pouco do trabalho que o seu laboratório tem feito ao longo dos últimos anos – em particular o programa de Restauração de Memória Ativa, RAM.
“Conseguimos identificar as assinaturas cerebrais que nos dizem quando é que vamos conseguir recordar uma dada memória, e quando é que teremos dificuldade em fazê-lo”, diz Sanchez.
Os resultados dos testes iniciais em humanos mostraram que é possível captar e entender os sinais do cérebro, e que um pequeno impulso eléctrico pode ajudar na formação de memórias.
Com ajuda médica, esta tecnologia poderá permitir que pessoas que sofram de perda de memória recuperem a sua capacidade de se lembrar de certos eventos.
“Podemos enviar um estímulo directo ao cérebro para facilitar a formação de uma memória, assim como a sua lembrança”, explica.
Ainda assim, a DARPA, agência que desenvolveu nos anos 70 a Arpanet, rede pioneira percursora da Internet que hoje conhecemos, está longe de começar a implantar mecanismos em seres humanos.
Para já, a agência está apenas a trabalhar nas “fundações” do projecto e a verificar se os humanos podem trabalhar com memórias simples – como factos concretos, ou listas de palavras.
Mas já esteve mais longe o mundo de “Total Recall”, sonhado por Phillip K. Dick, em que quem quisesse ir de férias às Caraíbas – ou ser um agente secreto – só tinha que comprar as respectivas memórias.
ZAP / CanalTech