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Laboratório garante ter conseguido reverter o envelhecimento

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Elizabeth Parrish, CEO da BioViva, decidiu experimentar pessoalmente o processo de rejuvenescimento dos cromossomas criado pela empresa

O laboratório de biotecnologia BioViva anunciou que a sua equipa de cientistas usou terapia genética para prolongar as pontas dos cromossomas – os chamados telómeros – e alterar o processo de envelhecimento das células.

Mais do que isso, a BioViva afirma que a técnica foi mesmo já aplicada numa pessoa: a própria CEO da empresa, Elizabeth Parrish.

Segundo uma nota publicada no site da empresa, o tratamento aplicado a Elizabeth Parrish teve início há um ano, para combater uma perda de massa muscular da CEO.

Para contornar as rigorosas leis norte-americanas sobre este tipo de experiências em humanos, Parrish mudou-se para a Colómbia, onde recebeu o tratamento – o que contribuiu para o relativo cepticismo com que a comunidade científica internacional acolheu o anúncio.

Elizabeth Parrish tem 45 anos, e a empresa garante que conseguiu um alongamento dos telómeros das suas células correspondente a um rejuvenescimento de 20 anos.

A presidente da empresa foi escolhida porque os seus exames clínicos mostraram que os seus telómeros eram anormalmente curtos, o que a deixava vulnerável a doenças associadas à idade mais cedo do que o habitual.

“Os avanços na biotecnologia são a melhor solução para as doenças da velhice, e se estes resultados forem minimamente correctos, fizemos história”, afirma Parrish na nota da empresa.

(dr) Stanford Medicine

Os telómeros (a verde) encontram-se nas pontas dos cromossomas e funcionam como tampinhas de protecção para o ADN celular.

Os telómeros (a verde) encontram-se nas pontas dos cromossomas e funcionam como tampinhas de protecção para o ADN celular.

Segundo a IFLScience, a técnica utilizada pela empresa na realidade já existe, mas até agora só foi usada em laboratório com células humanas em experiências com medicamentos.

Os telómeros encontram-se nas pontas de cada cromossoma, que contém a informação genética do organismo, e têm a função de proteger o ADN do desgaste natural que acontece com o tempo.

São como as pontinhas de plástico nos cordões das sapatilhas, que impedem que o cordão desfie mais rapidamente.

Mas à medida que as células se dividem, um pouco da ponta perde-se no processo – o que significa que à medida que ficamos mais velhos, os telómeros ficam mais curtos, até que a célula pare de se dividir e morra.

Entre outros estudos, em janeiro de 2015 uma equipa de investigadores da Universidade de Stanford, nos EUA, introduziu um tipo de RNA modificado, que foi concebido para estender os telómeros. O seu efeito protector, no entanto, passa ao fim de alguns dias.

A grande novidade anunciada pela BioViva é que a técnica terá mesmo sido aplicada a uma pessoa.

A notícia parece o argumento de um filme de super-heróis, em que o herói ganha os seus super-poderes como cobaia de uma experiência maluca.

Mas, ainda sem estudo publicado, nem verificação independente, e com uma amostra de apenas uma pessoa – sendo que essa pessoa é a CEO da empresa – é impossível confirmar estas alegações.

Resta saber se o laboratório vai publicar dados que possam ser analisados e validados por outros cientistas.

ZAP / HypeScience

1 Comment

  1. “A notícia parece o argumento de um filme de super-heróis, em que o herói ganha os seus super-poderes como cobaia de uma experiência maluca.”

    WTF?
    Que raio de jornalismo…

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