Mais de 800 casais ou mães solteiras esperam há três anos por óvulos ou espermatozóides

Mais de 800 casais ou mulheres solteiras estão há mais de três anos em lista de espera para tentar engravidar, devido à falta de dadores de óvulos e de espermatozoides no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Ao Jornal de Notícias, citado pelo Observador, a presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), Carla Rodrigues, indicou que há um enorme contraste de rapidez entre o serviço público e o privado.

No privado, os rápidos atendimentos e procedimentos levam a um excedente de gâmetas. Mas no Banco Público estes só são acessíveis a quem tem possibilidades económicas.

Já Cláudia Bancaleiro, da Associação Portuguesa de Fertilidade, afirmou que “há um total desinvestimento nesta área. Erguem a bandeira, mas os incentivos são praticamente inexistentes”.

Segundo o Jornal de Notícias, a maior dificuldade passa por recrutar dadores masculinos, o que leva as mulheres a estarem em lista de espera durante muito tempo e fazendo com que várias percam a oportunidade de ser mães por excederem a idade máxima de tratamentos – 40 anos serviços públicos e 50 nos privados.

Os números de dadores têm vindo a aumentar deste 2019, após uma grande quebra no ritmo dos tratamentos, em 2018, quando a identificação de todos os dadores em Portugal passou a ser obrigatória.

Até janeiro de 2020, continuou o artigo, não havia centros hospitalares públicos que fizessem colheitas de gâmetas a sul do Mondego, sendo apenas possível no Centro Hospital do Porto e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. A Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, o Centro Materno Infantil do Norte, no Porto, e o Hospital Pediátrico de Coimbra são os centros públicos com meios para realizar os processos de recolha e de tratamentos.

ZAP //

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