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70 anos depois, os restos mortais do padre que morreu na Guerra da Coreia foram identificados

Investigadores do Departamento de Defesa dos Estados Unidos identificaram os restos mortais do capelão do Exército norte-americano e padre católico Emil Kapaun entre os soldados desconhecidos da Guerra da Coreia.

Os restos mortais de Emil Joseph Kapaun, o padre que faleceu enquanto auxiliava tropas norte-americanas na Guerra da Coreia, foram finalmente encontrados.

No dia 2 de novembro de 1950, a unidade de Kapaun foi atacada pelas forças chinesas perto de Unsan, na atual Coreia do Norte, e recebeu ordens para se retirar. Só um quarto dos soldados da unidade conseguiu sair – os outros, incluindo muitos soldados feridos, ficaram presos.

Kapaun foi capturado e levado para um campo de prisioneiros administrado por chineses. Lá, continuou a ministrar e sacrificou-se pelo bem-estar dos outros, mas acabou por contrair disenteria e uma pneumonia.

Em maio de 1951, os guardas mandaram-nos para o isolamento, sem comida ou água, para morrer. E acabou mesmo por falecer no dia 23 do mesmo mês, com apenas 35 anos.

No final da guerra, os prisioneiros sobreviventes emergiram do campo com um crucifixo de madeira com mais de um metro de comprimento, construído pelos próprios em homenagem a Kapaun.

A identificação dos restos mortais foi feita pela agência norte-americana especializada em combatentes desaparecidos, a Defense POW/MIA Accounting Agency. “Setenta anos depois, o capitão Kapaun está de volta. […] O seu heroísmo e a sua resistência são o exemplo perfeito dos nossos valores de coragem pessoal e serviço altruísta”, lê-se.

O sacerdote católico foi vangloriado nos Estados Unidos pelos relatos de celebração de missas e pelo auxílio no roubo de alimentos. Em 1993, o Papa João Paulo II concedeu-lhe o título de “Servo de Deus” e, vinte anos depois, recebeu uma Medalha de Honra póstuma do então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Kapaun correu “entre trincheiras, além das linhas da frente e em terra de ninguém – arrastando os feridos para um lugar seguro“, disse Obama, na altura.

Segundo o NPR, os seus restos mortais foram devolvidos à custódia dos Estados Unidos como parte do Acordo de Armistício Coreano de 1953, mas não tinham sido identificados. Antes disso, estavam entre os 867 enterrados como “desconhecidos” no Havai.

Liliana Malainho, ZAP //

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