Numa mina em Stilfontein, 4 mil mineiros sofrem de falta de comida e água. O governo diz que não os vai ajudar. Esta prática já é recorrente, e é propositada.
A operação “Fechar o Buraco” consiste em cortar os abastecimentos dos mineiros para os obrigar a regressar à superfície e a serem presos. Com esta prática, o governo sul-africano já capturou mais de mil mineiros.
Estes trabalhadores ilegais sobem à superfície “fracos, esfomeados e doentes, depois de terem passado semanas sem receberem os seus abastecimentos básicos”, conta a CNN.
Nesta mina, houve já 20 trabalhadores que não resistiram às privações das necessidades básicas e subiram à superfície, sendo capturados pela polícia e presos.
Uma ministra do Governo, Khumbudzo Ntshavheni, disse aos jornalistas na quarta-feira que o governo não enviaria qualquer ajuda aos mineiros ilegais uma vez que estes estão envolvidos num ato criminoso.
“Não estamos a enviar ajuda aos criminosos. Vamos expulsá-los. Eles vão sair. Os criminosos não devem ser ajudados; os criminosos devem ser processados. Nós não os mandámos para lá”, disse Ntshavheni.
A exploração ilegal de minas continua a ser comum nas antigas zonas de extração de ouro da África do Sul: os mineiros entram em poços fechados para escavar possíveis depósitos, explica a CNN.
Estes mineiros ilegais são, grande parte das vezes, oriundos de países vizinhos. A polícia garante que as operações ilegais envolvem sindicatos maiores que empregam os mineiros.
A AP alerta para o facto de estes mineiros ilegais estarem, geralmente, armados e existirem frequentemente disputas entre grupos rivais que conduzem à morte de alguns mineiros.