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Há 29 planetas de onde os extraterrestres poderão observar a Terra

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Astrónomos estimam que existem 29 planetas habitáveis posicionados no sítio certo para ver a trajetória da Terra e intercetar as emissões humanas.

Tal como os terráqueos olham para o céu e se perguntam-se sobre a vida entre as estrelas, procurando pequenas criaturas verdes, também os extraterrestres podem estar a observar-nos, escreve o jornal britânico The Guardian.

Num novo estudo, os astrónomos elaboraram uma lista restrita de sistemas estelares próximos, onde quaisquer habitantes inquisitivos em planetas em órbita estariam bem colocados para avistar a vida na Terra.

Os cientistas identificaram então 1.715 sistemas estelares na nossa vizinhança cósmica onde, ao longo dos últimos cinco mil anos, observadores alienígenas poderiam ter descoberto a Terra, observando-a “transitar” à volta do Sol.

Entre aqueles que estão na posição certa para observar a Terra a transitar, 46 sistemas estelares estão suficientemente próximos para que os seus planetas intercetem um sinal claro da existência humana – tais como as emissões de rádio e televisão, que começaram há cerca de cem anos.

Assim, os investigadores estimam que 29 planetas potencialmente habitáveis estão bem posicionados para testemunhar a Terra a transitar e escutar as transmissões de rádio e televisão humanas, permitindo a qualquer observador inferir talvez um mínimo de inteligência.

“Uma forma de encontrarmos planetas é se estes bloquearem parte da luz da sua estrela anfitriã”, disse Lisa Kaltenegger, professora de astronomia e diretora do Instituto Carl Sagan na Universidade de Cornell, em Nova Iorque.

“Perguntámos: ‘Para quem seríamos considerados alienígenas, se alguém estivesse à procura?’ Há uma pequena faixa no céu onde outros sistemas estelares têm um assento cósmico frontal para encontrar a Terra como um planeta em trânsito”, explicou.

Dos milhares de planetas para além do sistema solar já detetados, cerca de 70% são avistados quando passam em frente às suas estrelas hospedeiras e bloqueiam alguma da luz que chega aos telescópios dos cientistas. Observatórios futuros, como o Telescópio Espacial James Webb da Nasa, que deverá ser lançado este ano, procurarão sinais de vida em “exoplanetas”, analisando a composição das suas atmosferas.

Para determinar quais os sistemas estelares próximos que estão bem posicionados para observar o nosso planeta a transitar, Kaltenegger e Jackie Faherty, astrofísico do Museu Americano de História Natural, recorreram ao catálogo de posições e movimentos estelares da Agência Espacial Europeia.

Com base nessa informação, identificaram 2.034 sistemas estelares dentro de 100 parsecs (326 anos-luz) que poderiam detetar um trânsito terrestre a qualquer momento desde há cinco mil anos e até cinco mil anos no futuro.

Uma estrela conhecida como Ross 128, uma anã vermelha na constelação Virgo, está a cerca de 11 anos-luz de distância — suficientemente perto para receber emissões terrestres — e tem um planeta com quase o dobro do tamanho da Terra. Qualquer existência de vida devidamente equipada nesse planeta poderia ter observado um trânsito terrestre durante mais de dois mil anos, mas terá perdido a visibilidade há 900 anos.

Por outro lado, se houver vida inteligente em qualquer dos dois planetas conhecidos que orbitam a estrela de Teegarden, a 12,5 anos-luz de distância, estará numa posição privilegiada para observar a Terra transitar dentro de 29 anos.

A 45 anos-luz de distância, outra estrela chamada Trappist-1 está também suficientemente perto para escutar as transmissões humanas. A estrela acolhe pelo menos sete planetas, quatro dos quais na zona temperada e habitável, mas que não estarão em posição de testemunhar um trânsito terrestre nos próximos 1.642 anos, escrevem os cientistas na revista Nature.

Este estudo foi publicado quarta-feira, numa altura em que o governo dos Estados Unidos se prepara para publicar um relatório sobre objetos voadores não identificados (OVNIs).

Beth Biller, do Instituto de Astronomia da Universidade de Edimburgo, disse que o novo estudo poderá mudar a forma como os cientistas abordam a busca por vida extraterrestre.

“O método de trânsito requer um alinhamento muito preciso entre o planeta em trânsito, a sua estrela, e o Sol para que um determinado planeta seja detetável, pelo que este resultado não é surpreendente”, concluiu, referindo-se ao número reduzido de planetas dentro dos 100 parsec que conseguirão detetar a Terra.

Sofia Teixeira Santos, ZAP //

1 Comment

  1. A descoberta do espaço é algo que nunca tem fim, e eu respeito muito esse trabalho, mas no que diz respeito aos objetos voadores não identificados, a minha opinião é que a Nasa sabe bem o que são. Já agora não encontram por lá um planeta que queira receber esta gente que queima a bandeira porque perdem um jogo de futebol, e que não cumprem as ordens das autoridades, e também as autoridades que praticam abuso do poder.

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