Uma recente análise genética sugere que a população fundadora dos nativos americanos que migrou da Sibéria era composta por aproximadamente 250 indivíduos.
Apesar dos inúmeros estudos genéticos, os cientistas ainda não tinham chegado a um consenso sobre quantos nativos americanos compunham a população original. O novo estudo, publicado na Genetics and Molecular Biology, corrobora resultados de estudos anteriores e sugere que a população fundadora dos nativos americanos era composta por 250 indivíduos.
“Passar de algumas centenas de fundadores para cerca de 40 milhões de habitantes, que vivem em diferentes condições ambientais, é algo muito empolgante”, comentou o professor de antropologia da Universidade do Kansas, Michael Crawford. “Este estudo é sobre entender como a evolução opera em termos de diversidade genética.”
Segundo Nelson Fagundes, investigador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, averiguar o tamanho dos grupos fundadores é muito importante, já que determina a quantidade de diversidade genética que se transfere aos descendentes do grupo. Por sua vez, isso pode alterar a eficácia com que a seleção natural elimina os genes maus.
“As grandes populações têm uma seleção muito eficiente, enquanto em populações pequenas são geneticamente suscetíveis a algumas doenças”, explicou Fagunde.
Para revelar o tamanho do grupo fundador, a equipa de cientistas estudou amostras de ADN de 10 indivíduos americanos nativos da América Central e do Sul, 10 pessoas de diferentes grupos siberianos e 10 indivíduos da China, representando assim as várias afiliações tribais.
Os dados genéticos ajudam a pintar a imagem de como se desenrolou a antiga migração. Os cientistas sabem que a variação genética dentro de uma amostra está diretamente relacionada com o tamanho da população. A isso, juntaram o facto de a diferença genética entre duas populações aumentar com o tempo.
Isso permitiu aos investigadores associar os dados do ADN em simulações computacionais e determinar o tamanho original do grupo fundador, explicou o líder do estudo.
De acordo com os modelos, o grupo original era composto por 229-300 pessoas, o que levou à estimativa final de 250 indivíduos. Este número é muito pequeno, o que significa que havia pouca variação genética na população.
Mas desde essa altura já passou bastante tempo. Os nativos americanos tiveram assim tempo para recuperar a sua diversidade através de novas mutações genéticas. Mais do que isso: alguns nativos da América do Note formaram uniões com pessoas de migrações posteriores, o que também contribuiu para a diversidade genética, conclui o estudo.
ZAP // SputnikNews / Futurity