Menos de 500 milhões de pessoas dos cerca de 7,8 mil milhões que constituem a população mundial têm atualmente uma mulher Presidente ou chefe de governo, avançou a ONU Mulher.
“Ao ritmo atual, a igualdade de género nas mais altas posições de poder não será alcançado nos próximos 130 anos”, referiu a organização, citada esta segunda-feira pelo Diário de Notícias (DN), informando que há nove países nos quais são chefes de Estado e 13 chefes de governo, e 119 onde nunca ocuparam nenhum desses cargos.
O destaque vai para a chanceler alemã Angela Merkel, no poder desde 2005. Em 2018, no centenário do movimento sufragista, reconheceu que ser chanceler não significava que existisse mais igualdade e que a Alemanha ainda tem um longo caminho a percorrer, acreditando, contudo, que deu o seu contributo nesse tema.
Outro destaque é a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, elogiada pela luta contra a pandemia e pela forma como lidou com os atentados terroristas de Christchurch, em março de 2019. Foi a segunda líder a ser mãe durante o mandato – a primeira foi a primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto, em 1990.
A primeira mulher chefe de governo foi Sirimavo Bandaranaike, eleita em 1960, quando o Sri Lanka ainda era o Ceilão, enquanto a primeira a ser eleita democraticamente como Presidente foi a islandesa Vigdís Finnbogadóttir, em 1980, permanecendo 16 anos no cargo. Antes dela, em 1974, Isabel Martínez de Perón liderou na Argentina.
A segunda mulher com mais tempo no poder é Sheikh Hasina, desde 2009 primeira-ministra do Bangladesh. A mais recente é Kaja Kallas, primeira-ministra da Estónia.
Há também primeiras-ministras na Finlândia (Sanna Marin), na Noruega (Erna Solberg), na Dinamarca (Mette Frederiksen), na Islândia (Katrín Jakobsdóttir), na Lituânia (Ingrida Simonyté). Na Islândia foi eleita a primeira chefe de governo lésbica do mundo, Jóhanna Sigurðardóttir (2009-2013).
No Leste da Europa – continente com mais mulheres no poder -, além de Sérvia e Kosovo, há as Presidentes Salome Zourabichvili (Geórgia), Zuzana Caputová (Eslováquia), Maia Sandu (Moldávia) e Katerina Sakellaropoulou (Grécia).
Na Ásia, além do Bangladesh e de Taiwan, há mulheres na chefia do Estado no Nepal (Bidya Devi Bhandari) e Singapura (Halimah Yacob). Em África, a Presidente etíope é Sahle-Work Zewde e as primeiras-ministras Saara Kuugongelwa-Amadhila (Namíbia), Rose Christiane Raponda (Gabão) e Victoire Tomegah Dogbé (Togo). Nas Caraíbas, Paula-Mae Weekes é Presidente de Trindade e Tobago E Mia Mottley primeira-ministra em Barbados.
A nível dos ministros, apenas 21% são mulheres e só 14 países têm o mesmo número ou mais ministras do que ministros. Nos Parlamentos, só 25% são mulheres e em quatro países são mais de 50% dos deputados: Ruanda (61%), Cuba (53%), Bolívia (53%) e Emirados Árabes Unidos (50%).
“Igualdade alcançado”? Não deveria ser “alcançada”?
Caro leitor,
Obrigada pelo reparo, está corrigido.