2022 trouxe uma recuperação da natalidade, mas ainda longe dos níveis pré-pandémicos

Demógrafas não antecipam um regresso aos 90 mil nascimentos por ano, como era frequente no período pré-pandémico.

Os primeiros nove meses do ano foram marcados pela recuperação ao nível dos nascimentos em Portugal. De acordo com os dados do Programa Nacional de Rastreio Neonatal, neste período foram estudados 62 001 nascimentos, mais 5% face ao ano interior. São, avança o Jornal de Notícias, em média, mais 11 bebés por dia e deixa em perspetiva a possibilidade de o ano fechar acima dos 80 mil nascimentos.

Em termos territoriais, Lisboa (30%), Porto (18%), Setúbal (7,7%) e Braga (7,6%) apresentam números acima dos referentes ao ano passado, ao passo que a Guarda igualou os valores e Beja, Faro e Açores continuam com número de nascimento inferiores.

De assinalar ainda o menor número de rastreios feitos face ao período pré-pandemia. Segundo o JN, face a 2020 e 2019 realizaram-se, nos primeiros noves meses de cada ano, menos 2389 e 3164 nascimentos, não sendo expectável o regresso a valores na ordem dos 90 mil nascimentos. Segundo Maria João Valente Rosa, demógrafa, tal tem uma explicação simples: “há cada vez menos mulheres que vão chegando ao período fértil“.

A mesma leitura é feita por Maria Filomena Mendes, também demógrafa, que vê nestes números “uma inversão de tendência, mas não uma recuperação significativa de valores que permita dizer que voltamos aos que tínhamos antes da pandemia”. Quanto ao futuro, vaticina que este será uma incógnita, uma vez que as “crises impactam sempre nas decisões das famílias”.

ZAP //

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