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2017 foi “de longe” o ano mais quente da história

NASA GISS Scientific Visualization Studio

Em termos de entender quão rápido a Terra está aquecendo, a chave são os oceanos

Novos dados revelam que em 2017 os oceanos atingiram as temperaturas mais altas jamais registadas – e por uma margem significativa.

Um novo estudo, realizado por uma equipa de investigadores chineses, permitiu concluir que o ano passado foi o ano mais quente, no que diz respeito à temperatura dos oceanos, desde que há registos. A pesquisa foi apresentada num artigo publicado esta sexta-feira na revista científica Advances in Atmospheric Sciences.

“A tendência de aquecimento a longo prazo impulsionada pelas actividades humanas continuou inabalável”, afirmaram os autores do estudo, Lijing Cheng e Jiang Zhu, investigadores da Academia Chinesa das Ciências.

“As altas temperaturas do oceano nos últimos anos ocorreram numa altura em que os níveis de gases de efeito estufa na atmosfera também aumentaram, atingindo valores recorde em 2017“, acrescentaram os autores do relatório, citados pelo The Guardian.

Comentando os dados recém-lançados, o professor John Abraham, da Universidade de St. Thomas School of Engineering, do Minnesota, nos Estados Unidos, salientou que quase todo o calor do globo está armazenado nos oceanos.

“Em termos de entender quão rápido a Terra está a aquecer, a chave são os oceanos“, sustenta Abraham, que acrescenta que o aumento acentuado das temperaturas globais revelou que 2017 foi “de longe” o mais quente para os oceanos da Terra.

Apesar de pequenas flutuações de temperatura serem consideradas estatisticamente normais, especialmente quando os ciclos meteorológicos naturais, como o El Niño, no Oceano Pacífico, afectam os padrões climáticos globais, Abraham defende que “a tendência de longo prazo que se prolonga há muitas décadas provoca o aquecimento global“.

“A produção humana de gases de efeito estufa continua a impactar o sistema terrestre”, observaram os autores do estudo, que realçam que as consequências a longo prazo incluem não apenas o aumento do nível do mar, mas também a diminuição do oxigénio do oceano, o branqueamento dos recifes de corais e a fusão do gelo marinho e das calotes de gelo”.

“As consequências deste aquecimento, ano após ano, têm impactos reais sobre os seres humanos”, observou Abraham.

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