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Bastam 20 segundos para saber quão devastador um terramoto vai ser

Massimo Percossi / EPA

Depois de terem analisado bases de dados de terramotos ocorridos desde o início dos anos 90, uma equipa de cientistas descobriu um possível momento decisivo em que um evento pode ser sinalizado como um terramoto de magnitude 7 ou maior.

Este momento decisivo foi detetado a partir de dados GPS sobre a taxa dos picos de aceleração do deslocamento do solo e pode indicar um evento de grande escala ou até menor. O GPS capta um sinal inicial do momento da deslocação do solo, quase como se fosse um sismógrafo, e deteta os primeiros momentos de um terramoto.

Estas informações podem aumentar o valor dos sistemas de alerta precoce de terramotos, disse Diego Melgar, professor do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos.

As análises dos terramotos da base de dados detetaram um momento no qual um terramoto recém-iniciado transita para um estado em que as propriedades mecânicas apontam para a sua magnitude. Os cientistas foram ainda capazes de identificar tendências semelhantes em bancos de dados europeus e chineses. O artigo científico foi publicado na Science Advances.

Os bancos contém dados de mais de 3.000 terramotos e, de acordo com o Phys.org, indicadores consistentes de aceleração do deslocamento do solo, que foram detetados durante 10 a 20 segundos do evento, foram observados na análise de 12 grandes terramotos ocorridos entre 2003 e 2016.

Existem alguns monitores GPS ao longo de muitas falhas terrestres, mas o seu uso não é comum quando se trata de avaliar o perigo do evento em tempo real. Os dados de GPS revelam o movimento inicial em centímetros, explicar Melgar.

O cientista revela que as estações GPS ao longo da costa do Oregon e de Washington são úteis, mas, no exato momento em que um terramoto se desenvolve, as informações demorariam a chegar às estações costeiras. “Este atraso teria impacto na hora de emitir um alerta. As pessoas que vivem na costa não receberiam nenhum aviso por estarem numa ‘zona cega'”, constatou.

O atraso só conseguiria ser evitado com a presença de sensores no fundo do mar, que pudessem registar o comportamento inicial de aceleração. Ter estes sensores e poder controlar os dados em tempo real pode ser uma mais valia e fortalecer a precisão dos sistemas de alerta antecipado.

O Japão, por exemplo, já está a começar a implantar cabos de fibra ótica ao longo de toda a sua costa com o intuito de melhorar as capacidades de alerta antecipado. No entanto, esta melhoria é um trabalho de elevado custo.

ZAP //

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