José Sena Goulão / Lusa
O Exército tem hoje 12.563 efetivos, metade do que tinha em 2002. Os militares falam em destruição das Forças Armadas e criticam o Orçamento do Estado para 2020.
De acordo com a edição deste domingo do jornal Público, o Exército tem atualmente metade dos efetivos que tinha em 2002: 12.563. Este número, que se cifra muito abaixo das necessidades, é confirmado pela porta-voz do Exército.
“O Exército mantém o cumprimento das suas missões operacionais sem limitações. Ao nível da componente territorial, todos os apoios externos são garantidos sempre que os meios humanos e materiais se encontram disponíveis, estando salvaguardadas as tarefas cuja responsabilidade é das unidades propriamente ditas”, assegurou a Tenente coronel Ana Silva, à Renascença.
A 30 de novembro, os efetivos do Exército “totalizavam 11.058 militares, aos quais acrescem 1505 militares que se encontram em formação”. Há quatro anos, segundo dados do Anuário Estatístico, havia 13.938 militares. Há dez anos, eram 17.781, enquanto que em 2003, eram 22.077.
A avaliar pela verba inscrita no Orçamento do Estado, esta situação não será resolvida em 2020. Para o próximo ano, a proposta de Orçamento atribui ao Ministério da Defesa um aumento de 23,1%, ficando assim com uma dotação superior a 2,44 mil milhões de euros.
O aumento é conseguido graças a um reforço das dotações associadas à Lei de Programação Militar. No entanto, se analisarmos em detalhe, o Exército disporá de 411,8 milhões de euros para gastar em salários, o que significa menos 5,23% do que o que foi aprovado pela Assembleia da República para o ano de 2019, 437,3 milhões de euros.
Ainda assim, a porta-voz do Exército, ouvida pela rádio, acredita nos esforços do Governo. “A previsão, a forma como o Exército encara o futuro é essencialmente com esperança e a convicção de que as medidas que estão a ser tomadas – e também aquelas que se encontram em estudo, em coordenação com a tutela – irão surtir efeitos para diminuir o número de saídas dos militares das fileiras do Exército.”
