Cerca de 130 concelhos em perigo máximo de incêndio

Paulo Cunha / Lusa

Cerca de 130 concelhos do interior norte e centro e quatro da região do Algarve apresentam hoje perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Segundo o IPMA, estão em perigo máximo cerca de 130 municípios dos distritos de Bragança, Vila Real, Braga, Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Coimbra, Santarém e Portalegre e quatro concelhos no distrito de Faro.

O IPMA colocou ainda quase todo o restante território em perigo muito elevado e elevado de incêndio rural, à exceção de duas dezenas de concelhos no litoral, num dia em que os distritos de Bragança, Vila Real e Braga estão sob aviso vermelho (o mais elevado) por causa do tempo quente.

O perigo de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

De acordo com as previsões do IPMA, os distritos de Bragança, Vila Real e Braga estão sob aviso vermelho por causa do calor até às 18:00, enquanto os distritos de Guarda e Castelo Branco estão até à mesma hora sob aviso laranja (o segundo mais elevado).

O estado de alerta especial vermelho entrará em vigor na terça-feira nos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda e Viseu, disse esta noite o ministro da Administração Interna, anunciando o reforço da fiscalização pela GNR e pelas Forças Armadas.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião, por videoconferência, com membros de outras áreas governativas para avaliar as condições meteorológicas e do risco de incêndio, José Luís Carneiro referiu que foi decidido “manter o nível de risco e de perigosidade nos termos em que vinha sendo feito até ao dia de hoje”, tendo já ficado agendada uma reavaliação para quarta-feira.

“Está previsto para terça-feira, devido ao aumento do risco de incêndio, que a Autoridade Nacional Emergência e de Proteção Civil venha a determinar a implementação do estado de alerta especial vermelho para os distritos de Vila Real, Bragança, Guarda e Viseu e para aqueles em que se vier a julgar necessário em função das alterações meteorológicas”, anunciou.

Outra das decisões que foi tomada na reunião de hoje foi o reforço da “fiscalização e do patrulhamento dissuasores por parte da GNR, mas também das Forças Armadas”, acrescentou o ministro.

O IPMA prevê para hoje no continente continuação de tempo quente com céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de mais nebulosidade na faixa costeira ocidental e, durante a tarde, no interior Norte e Centro.

Está igualmente prevista uma pequena descida da temperatura máxima da região Centro.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 16 graus Celsius (Setúbal) e os 24.º (Faro) e as máximas entre os 28 (Sines) e os 41.º (Évora).

Fogo dominado em Ourém

O incêndio em Ourém, que deflagrou no domingo e que ao início da manhã era o que mais meios mobilizava, foi dado como dominado cerca das 07:10, disse fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

“O incêndio de Ourém já foi dado como dominado. De facto, é um incêndio que no veio a preocupar durante a noite toda, mas conseguimos dá-lo como dominado às 07:10″, disse à agência Lusa o comandante Pedro Araújo, da ANEPC.

Pelas 07:30, segundo os dados disponíveis no ‘site’ da ANEPC, estavam envolvidos no combate ao fogo de Ourém, no distrito de Santarém, 429 elementos, apoiados por 130 viaturas.

Este incêndio teve início às 15:25 de domingo, em Casal do Ribeiro, concelho de Ourém, originou durante o período da tarde cortes de energia, obrigou à retirada de pessoas de uma praia fluvial e chegou a estar próximo de habitações.

Quanto ao fogo que lavra no concelho de Amarante, distrito do Porto, nas freguesias de Aboadela, Sanche e Várzea, o responsável disse que mantém uma frente ativa, muito embora as operações de combate “tenham estado a decorre com sucesso” e, por isso, o incêndio “está a ceder aos meios postos no combate”.

Os dados disponíveis na ANEPC indicam que, pelas 07:30, estavam no terreno 70 homens, apoiados por 22 viaturas.

Já quanto ao incêndio que lavra no concelho de Vila Verde, distrito de Braga, o responsável explicou que ocorre “numa zona muito acidentada no terreno, onde é difícil colocar meios terrestres”, pelo que o combate se faz “maioritariamente com recurso a material sapador”, o que faz com que a progressão no terreno seja mais lenta do que se houvesse intervenção de veículos.

“É um incêndio que, por enquanto não oferece perigo a habitações ou qualquer outro tipo de edificado e temos os trabalhos a decorrer com algum sucesso, fruto do empenhamento de maquinaria pesada”, acrescentou o comandante Pedro Araújo.

No combate às chamas em Vila Verde, pelas 07:30, estavam 90 elementos, apoiados por 26 viaturas.

Segundo o responsável, a grande preocupação centra-se nos reacendimentos, “que ocorrem com alguma frequência neste tipo de incêndio, tendo em conta as condições meteorológicas e a área significativa já ardida”.

“Por isso, toda a atenção vai no sentido de podermos responder em tempo útil a qualquer reativação que possa ocorrem neste teatro de operações”, sublinhou.

De acordo com a ANEPC, no total, ao início da manhã de hoje estavam mais de 1.480 elementos no terreno, apoiados por 445 viaturas, a combater 30 incêndios em território nacional, entre os que estão em Curso, Resolução e em Conclusão.

ZAP // Lusa

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