Um cometa “diabólico”, que há mais de 70 anos que não visitava o Sistema Solar interior, vai ser visível a olho nu ao longo das próximas semanas.
De nome 12P/Pons-Brooks, fará a sua maior aproximação ao Sol no dia 21 de abril, altura em que estará no seu brilho máximo.
Para nós que nos encontramos no hemisfério norte, este cometa periódico terá provavelmente a sua melhor visibilidade entre agora e meados de abril, embora não seja fácil de detetar.
Não é espetacularmente brilhante como vemos nas suas fotografias de céu profundo e de longa exposição. Mas é visível a olho nu, caso a Lua não esteja no céu, num local com pouca poluição luminosa e com um céu limpo. Sem estas boas condições, então é melhor tentar observar através de uns binóculos.
Podemos recorrer a um simples smartphone, com aplicações astronómicas que mostram onde as coisas estão no céu, ou a um mapa celeste que já tenhamos ao nosso dispor.
O cometa é uma pequena mancha difusa e acinzentada atualmente perto de Hamal, a estrela mais brilhante da constelação de Carneiro.
Para avistar o cometa Pons-Brooks, os observadores deverão olhar para perto do horizonte a oeste-noroeste após o pôr-do-Sol. Completa uma órbita a cada 71,3 anos e, portanto, só será novamente visível em 2095.
Esta “bola de neve” suja tem provavelmente 34 km de diâmetro e foi reconhecida como cometa em 1812. No entanto, já tinha sido observado no século XIV.
Tem o nome do astrónomo francês Jean-Louis Pons – que o descobriu no início do século XIX – e do astrónomo britânico-americano William Robert Brooks, que o observou na órbita seguinte, em 1883.
O cometa Pons-Brooks tem suscitado muito interesse e entusiasmo nos últimos meses, em parte devido a algumas características invulgares.
As fotografias mostram uma “curiosa” cor esverdeada, que se deve ao facto de conter uma molécula chamada carbono diatómico (também conhecida como dicarbono ou C2), que absorve a luz do Sol e irradia parte dela naquele tom verde característico.
O outro atributo interessante tem sido a sua ocasional aparência semelhante a chifres, daí a alcunha “Cometa do Diabo“.
A razão pela qual estas formas de chifres aparecem é porque o cometa é criovulcânico, o que significa que entra em erupção regularmente e liberta poeira, gases e gelo quando a pressão aumenta no seu interior à medida que é aquecido.
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