Presidente da Colômbia anuncia nova fase de diálogo com as FARC

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Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia

Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia

Depois dos colombianos terem rejeitado o acordo de paz com as FARC em referendo, o chefe de Estado promete não desistir e já anunciou uma nova fase de diálogo.

O Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, anunciou na segunda-feira uma nova fase no diálogo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), apesar da inesperada rejeição do acordo de paz em referendo.

“Solicitei a Humberto de la Calle, que confirmei como negociador chefe (…), que começasse discussões que nos permitam abordar todos os temas necessários para conduzir a um acordo e ao sonho de toda a Colômbia de acabar com a guerra com as FARC“, afirmou Santos, durante um discurso televisivo, transmitido na noite de segunda-feira.

“Isso [a rejeição do acordo de paz pelo referendo] não significa que a batalha pela paz tenha sido perdida”, tinha afirmado antes Timoleon Jiménez, líder da guerrilha marxista das FARC, a partir de Havana, onde decorreram as negociações de paz durante quase quatro anos.

O resultado do plebiscito “enche-nos de entusiasmo, torna-nos mais empenhados, porque há várias formas de os ler [os resultados] e temos de os analisar para ver o que é que precisa de ser arranjado”, disse ainda.

Admitindo a sua disposição para “retificar” o acordo de paz rejeitado, garantiu que a guerrilha permaneceria “fiel ao que foi acordado” e manteria “o cessar-fogo bilateral e definitivo para aliviar as vítimas do conflito e respeitar o acordo com o governo”.

Pelo seu lado, Santos convocou todos os partidos políticos para o palácio presidencial “para os escutar, abrir espaços de diálogos e decidir o caminho a seguir“.

O histórico acordo, assinado em 26 de setembro, prevê, entre mais de 150 pontos, prazos e locais para o desarmamento das guerrilhas, a desmobilização dos 5.765 combatentes e a conversão da guerrilha em movimento político legal.

Apesar de a constituição colombiana não exigir uma consulta ao eleitorado colombiano, o Presidente insistiu num plebiscito para dar “uma legitimidade maior” à paz, que classificou como “provavelmente a decisão de voto mais importante” que cada um dos colombianos teria de tomar em toda a sua vida.

A pergunta colocada aos colombianos foi: “Apoia o acordo final para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura?”.

Mas, apesar de a maior parte das sondagens preverem a vitória do “Sim”, foi o “Não” que ganhou, com 50,21% dos votos, contra 49,78% num escrutínio em que a abstenção atingiu os 62%.

ZAP / Lusa

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