Electrodomésticos vendidos online sem informação energética

Rafael Chacon / Flickr

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A maior parte das lojas online não cumpre a obrigação de informar sobre o comportamento energético dos equipamentos elétricos, ao contrário dos estabelecimentos físicos que seguem as regras em 74% dos casos, alertou hoje a Quercus.

A associação de defesa do ambiente, que executa o projeto europeu MarketWatch em Portugal, visitou 10 lojas online e 10 lojas físicas, na área de Lisboa, e detetou incumprimento em 97% dos produtos vendidos através da internet, nas etiquetas que devem fornecer dados sobre o consumo de eletricidade e a eficiência energética.

Nas lojas online, “apenas 3% dos produtos à venda cumprem os requisitos de rotulagem energética, embora em 83% dos casos parte da informação a disponibilizar esteja presente”, refere a Quercus que realça a importância da poupança de energia, um objetivo definido pela Comissão Europeia.

Já nos estabelecimentos comerciais físicos a situação é diferente e 74% cumpre as regras, ou seja, três em cada quatro produtos apresentavam a etiqueta energética de acordo com a legislação.

A categoria de aparelhos de armazenagem de vinhos é aquela a apresentar o nível de conformidade mais baixo, seguida pelos televisores (nas lojas online) e pelos aparelhos de ar condicionado (nas lojas físicas).

A presença de ficha de produto e a informação contida, que é obrigatória, também foram consideradas e embora tenha sido encontrada na maioria dos casos, as categorias dos aparelhos de ar condicionado e fornos elétricos “são as mais problemáticas”, segundo a Quercus.

Outras irregularidades foram detetadas e a associação refere os exemplos de aparelhos de refrigeração de classe energética A e até inferior, quando a classe mínima é atualmente a A+ e luminárias com etiquetas cujo texto não estava em português.

A Quercus esclarece que a maioria das lojas de venda online visitadas pertencem a grandes cadeias de retalhistas e as lojas físicas estão nas categorias de lojas de mobiliário, “faça você mesmo” e Cash&Carry, uma escolha que se baseou nos resultados obtidos em ações anteriormente desenvolvidas.

Foram analisados quase 3.000 produtos, como aparelhos de refrigeração (incluindo os de armazenamento de vinhos), televisores, máquinas de lavar roupa, máquinas de lavar louça, secadores de roupa, aparelhos de ar condicionado e fornos elétricos, além de cerca de 20.000 lâmpadas e luminárias.

A associação de defesa do ambiente salienta que os produtos sem etiqueta energética ou não corretamente etiquetados, para além de não cumprirem com os regulamentos comunitários, impedem o consumidor de fazer uma compra informada e consciente e prejudicam os fabricantes que investem na inovação tecnológica.

/Lusa

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