Tempo de liquidação das transacções passa a ser metade do que era, nos EUA e no Canadá. O que vai definir a Europa?
O tempo de liquidação das transacções é o prazo para que seja concluída a entrega de um título em troca de um valor.
No sistema financeiro, esse título pode ser uma acção ou obrigação, por exemplo.
O tempo de liquidação das transacções costuma ser de 48 horas. É esse o prazo na maioria dos mercados dos países mais desenvolvidos.
Também era esse o prazo nos EUA – mas deixou de ser nesta terça-feira.
Em Wall Street o prazo passa para 24 horas. Ou seja, metade do que era até aqui.
Esta decisão coloca o mercado europeu “em xeque”, como se lê no Jornal de Negócios.
A Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) já consultou o mercado. Quer opiniões e contributos de investidores, plataformas, infraestruturas de mercado…
A ideia é colocar a Europa alinhada com os EUA – mas não há consenso. Uma boa parte acha que esse alinhamento traz vantagens, mas não resolve os desafios relacionados com a liquidação transfronteiras da União Europeia.
Ter a Europa alinhada com Wall Street facilita o trabalho dos intermediários europeus; mas há desvantagens, com destaque para os custos de adaptação.
A ESMA precisa de avaliar bem os impactos desta mudança nos empréstimos e nas aplicações financeiras com valores mobiliários, para efeitos de “short-selling” e arbitragem.
Também iria mexer com o mercado de recompra de títulos de dívida pública a curto prazo, por exemplo.
Os pequenos investidores e os pequenos participantes do mercado podem igualmente sofrer consequências importantes.
Tudo será avaliado pelo regulador da União Europeia, que ainda vai abordar o assunto com países asiáticos.