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Vulcões “stressados” têm maior probabilidade de entrar em erupção

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(dr) Canva

Um novo estudo descobriu que os vulcões sofrem de stresse. A pesquisa pode fornecer indicadores relevantes que podem ajudar a que o mundo se proteja contra futuros desastres causados por estas estruturas geológicas.

O colapso vulcânico pode desencadear tsunamis perigosos ou fluxos piroclásticos devastadores, pelo que quanto mais informação houver sobre estes, mais facilmente as populações se conseguem proteger de efeitos catastróficos.

De acordo com a equipa de investigação, é importante não esquecer que este processo não é simples. “Estes acontecimentos são muito difíceis de prever porque muitas das vezes não sabemos o que está a ocorrer dentro dos vulcões ativos, e quais são as forças que os podem tornar instáveis”, refere Sam Thiele, autor do estudo.

Ainda assim, o investigador explica que “a pesquisa sobre o crescimento dos vulcões ajuda a entender os processos internos e as forças associadas que podem desencadear um colapso ou uma erupção mortal para as populações”.

A equipa de investigadores usou drones para criar um mapa de resolução da estrutura interna de um vulcão agora adormecido em La Palma, nas Ilhas Canárias, e mediu a largura de centenas de milhares de fissuras através das quais o magma fluiu durante erupções anteriores.

O mapa permitiu aos cientistas perceber quais são as forças que agem dentro do vulcão e mostrar que estas aumentam lentamente ao longo do tempo, fazendo com que o vulcão fique “pressionado” e potencialmente instável.

Através da medição das fissuras por onde o magma foi anteriormente transportado, a equipa conseguiu entender quais as forças envolvidas, o que ajuda a prever futuras erupções vulcânicas, avança o SciTechDaily.

As características geológicas que os especialistas analisaram são formadas quando intrusões derretidas, chamadas diques, se solidificam para formar uma base dentro do que seria uma estrutura comparativamente fraca composta principalmente por camadas de lava e cinzas.

“Este é um dos primeiros estudos a examinar os efeitos a longo prazo do movimento do magma dentro de um vulcão”, afirma o co-autor do estudo, Sandy Cruden.

O geólogo revela que o grupo de investigadores descobriu que “os vulcões ficam gradualmente “stressados​ “pelo movimento repetido do magma, o que potencialmente desestabiliza todo o vulcão, influenciando assim colapsos e erupções futuras”.

O estudo foi publicado na revista Scientific Reports em outubro.

Ana Moura, ZAP //

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