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Os vulcões emitem até cem vezes menos carbono do que a humanidade

Earth Observatory / Wikimedia

Erupção no vulcão Sarychev, na Rússia

Se analisarmos os últimos 100 anos, concluímos que as emissões de carbono da humanidade – a queima de combustíveis fósseis, por exemplo – são 40 a 100 vezes maiores do que todas as emissões vulcânicas.

Segundo uma atualização das estimativas do balanço total de carbono na Terra, realizada por cientistas do Deep Carbon Observatory, as emissões de carbono da humanidade são 40 a 100 vezes maiores do que todas as emissões vulcânicas.

De acordo com o relatório, cerca de 43.500 gigatoneladas (Gt) do carbono total da Terra são encontrados na superfície dos oceanos, na terra e na atmosfera. O restante é subterrâneo, incluindo a crosta, manto e núcleo, estimados em 1.850 milhões de Gt.

O CO2 emitido para a atmosfera de vulcões e outras regiões magicamente ativas é estimado em 280 a 360 milhões de toneladas (0,28 a 0,36 Gt) por ano, incluindo o dióxido de carbono libertado nos oceanos pelas cordilheiras do oceano médio.

O ciclo profundo de carbono na Terra através do tempo profundo revela uma estabilidade equilibrada a longo prazo do CO2 atmosférico, interrompida por grandes distúrbios, incluindo imensas e catastróficas libertações de magma que ocorreram, pelo menos, cinco vezes nos últimos 500 milhões de anos.

Durante esses eventos, grandes volumes de carbono foram desgaseificados, o que levou a uma atmosfera mais quente, oceanos acidificados e extinções em massa.

Da mesma forma, um gigantesco impacto de meteorito há 66 milhões de anos, o evento Chicxulub na Península de Yucatán, no México, libertou entre 425 e 1.400 Gt de CO2, aqueceu rapidamente o planeta e coincidiu com a extinção em massa de plantas e animais, incluindo os famosos dinossauros.

Segundo o Europa Press, nos últimos 100 anos, as emissões de atividades antropogénicas, como a queima de combustíveis fósseis, foram 40 a 100 vezes maiores do que as emissões geológicas de carbono do nosso planeta.

Marie Edmonds, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e cientista do Deep Carbon Observatory, explicou, em comunicado, que o carbono move-se do manto à atmosfera. “Para garantir um futuro sustentável, é muito importante que compreendamos todo o ciclo de carbono da Terra.”

“A chave para desvendar o ciclo natural de carbono do planeta é quantificar quanto carbono existe e onde, quanto carbono se move (fluxo) e com que rapidez, dos depósitos profundos da Terra à superfície e vice-versa”, rematou a especialista.

ZAP //

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