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Estranhos vulcões estão em erupção em todo o Sistema Solar

A sonda Juno, da NASA, detetou recentemente um possível novo vulcão no pólo sul da lua mais vulgar de Júpiter, a Io. Mas esta lua vulcanicamente ativa não está sozinha no Sistema Solar.

A lua Io é famosa pelos seus inúmeros vulcões e pelo facto de estes soltarem lava dezenas de quilómetros acima da superfície. Esta lua de Júpiter está constantemente a reformar a sua superfície através de erupções vulcânicas. O vulcanismo de Io resulta de fortes encontros gravitacionais entre Júpiter e duas das suas grandes luas, Europa e Ganimedes, que “sacodem” as entranhas de Io.

Rosaly Lopes, investigadora do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA, na Califórnia, levou a cabo observações desta lua vulcanicamente ativa entre 1996 e 2001, durante a missão espacial Galileo.

“Em Io existem muitos fluxos de lava e muitos lagos. Os lagos de lava são bastante raros na Terra, temos meia dúzia deles. Achamos que ocorreram no passado, em Vénus e Marte. Mas na Io, na verdade, vemos lagos de lava ainda hoje”, disse a cientista. O Kilauea, no Havai, é um desses locais na Terra repletos de lagos de lava, por exemplo.

Agora, os cientistas pediram ajuda de Lopes para identificar o hotspot recém-encontrado de Io (um novo vulcão no pólo sul da lua mais vulgar de Júpiter), gesto que a cientista agradeceu dizendo que novas observações desta lua de Júpiter são bem vindas, dado que a sonda Galileo estava numa órbita equatorial e raramente conseguia observar os pólos.

Pelo contrário, a sonda Juno está numa órbita polar e tem uma visão favorecida dos pólos. Embora haja alguns indícios de que Io possa ter erupções maiores, mas menos frequentes, nos pólos, são precisas mais observações para os cientistas terem a certeza.

Ao contrário do que seria de esperar, Io não está sozinha. Vénus também parece ter fluxos de lava ativos na sua superfície, onde as temperaturas atingem os 425 graus Celsius. Lopes afirmou, contudo, que não está claro se Vénus tem vulcões ativos atualmente, embora várias observações da missão anterior da Europa Venus Expressa tenha sugerido que sim.

Vénus tem cúpulas de vulcões e vulcões com muitos picos, embora não se saiba se estão ativos ou inativos. Este tipo de vulcão é também muito comum na Terra. É um vulcão em forma de cúpula que é formado por erupções de lava viscosa, com apenas uma pequena percentagem de gás.

No entanto, Vénus tem também outros tipos de vulcões e características vulcânicas: cúpulas de panquecas (que se parecem com panquecas), aracnóides (caldeiras que se parecem com aranhas), fluxos de lava e planícies vulcânicas.

Vénus e Marte têm também vulcões de escudo, um tipo de vulcão composto quase inteiramente por fluxos de lava fluída. Este tipo de vulcões são muito vulgares na Terra, em particular no Havai.

Mas Marte leva a taça: além de possuir o vulcão mais alto do Sistema Solar – o Monte Olimpo – tem também vários vulcões monstruosos, e a explicação pode estar na gravidade, que, por ser mais leve, pode fazer com que os vulcões cresçam mais altos do que o que acontece na Terra.

Em Marte, os vulcões parecem estar dormentes, já que não há fluxos de lava recentes visíveis na superfície. Há, no entanto, evidências extensas de vulcanismo no passado: planícies de inundação de basaltos, bem como outros tipos de vulcões que “foram formados por vulcanismo explosivo”, disse Lopes.

Além de Io, Vénus e Marte, também a lua da Terra, Mercúrio e Ceres tiveram vulcanismo de lava no passado, afirmou a cientista, acrescentando que há mundos com possíveis vulcões gelados (criovulcanismo) nos quais o material em erupção é água ou água misturada com nitrogénio ou metano.

Há também evidências de plumas ativas na lua de Júpiter, Europa, e na lua de Saturno, Encelado. A lua de Saturno, Titan, também pode ter características criovulcânicas na superfície, assim como Tritão (a maior lua de Netuno), Plutão e Caronte (a maior lua de Plutão).

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