Dívida e défice “vão ser muito superiores ao que se prevê”, defende Vítor Gaspar

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Rodrigo Gatinho / portugal.gov.pt

Vítor Gaspar, ex-ministro do Estado e das Finanças, é diretor do departamento dos Assuntos Orçamentais do FMI

O ex-ministro e diretor do departamento de assuntos orçamentais do Fundo Monetário Internacional (FMI), Vítor Gaspar, defendeu que os governos “não devem retirar apoios orçamentais de forma prematura”, alertando que a dívida e o défice orçamental vão ser muito superiores ao que se prevê atualmente.

No Fórum do Banco Central Europeu, Vítor Gaspar apontou que a situação económica e orçamental da maioria dos países vai piorar bastante antes de melhorar, indicando que os perigos para a economia e o emprego são reais e cada vez maiores, noticiou no domingo o Jornal de Notícias.

O ex-ministro não se referiu a uma recessão em W (duas quedas do PIB por causa das duas vagas da pandemia e consequentes confinamentos), mas parece que está a acontecer, segundo o economista. Nas últimas projeções do FMI para as quase 200 economias, a recessão é marca de 2020 e o cenário para 2021 parece mais incerto.

Vítor Gaspar referiu que se deve começar a “considerar cenários alternativos”. Existe o tal cenário de base, central, mas “infelizmente, alguns riscos já se materializaram”. O pior cenário está a concretizar-se aos poucos, considerou, lembrando que “do lado positivo, o crescimento superou as expectativas no 3.º trimestre de 2020”.

“Confinamentos parciais foram adotados em muitos lugares” e “as respostas orçamentais públicas para apoiar as condições de vida resultarão em aumentos substanciais nos défices e nas dívidas. A atividade económica e o emprego também serão afetados negativamente”, concluiu o economista.

Disse ainda à audiência virtual do Fórum que “os elevados níveis de dívida pública não são o risco mais imediato na Zona Euro”, aconselhando os decisores políticos a “não retirarem os apoios orçamentais de forma prematura”.

ZAP //

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1 Comment

  1. Isto dito pelo Gasparzinho, que não acertou uma única meta – mesmo com um aumento brural de impostos, com cortes cegos na saúde, etc, etc, com a venda do país ao desbarato e, que depois arranjou um tacho de luxo no FMI – só pode ser para rir!…

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