As autoridades de saúde na Guiné-Conacri confirmaram uma morte por vírus de Marburg, uma febre hemorrágica altamente infeciosa, semelhante ao Ébola, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS). É a primeira vez que a doença foi identificada na África Ocidental.
De acordo com o Guardian, houve 12 surtos de Marburg desde 1967, maioritariamente no sul e no leste da África. O novo caso foi identificado na Guiné-Conacri na semana passada, dois meses após o país ter declarado que erradicou o Ébola, após um breve surto no início deste ano, que matou 12 pessoas.
O paciente procurou inicialmente tratamento numa clínica local, antes de a sua condição piorar rapidamente, disse a OMS na segunda-feira. Analistas do laboratório nacional de febre hemorrágica da Guiné e do Instituto Pasteur, no Senegal, confirmaram posteriormente o diagnóstico.
“Estamos a trabalhar com as autoridades de saúde para implementar uma resposta rápida, que se baseie na experiência e no conhecimento anteriores da Guiné no tratamento do Ébola, que é transmitido de forma semelhante”, disse Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para a África.
Tanto o caso de Marburg como os casos de Ébola deste ano foram detetados no distrito de Gueckedou, na Guiné-Conacri, perto da fronteira com a Libéria e a Costa do Marfim. Os primeiros casos da epidemia de Ébola, entre 2014 e 2016, também ocorreram na mesma região florestal do sudeste do país.
As taxas de mortalidade dos casos de Marburg variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e do tratamento, referiu a OMS, acrescentando que a transmissão ocorreu por contato com fluidos corporais e tecidos infetados.
Os surtos de Marburg começam quando um animal infetado, como um macaco ou um morcego, transmite o vírus para um humano. O vírus então se espalha de pessoa para pessoa através dos fluidos corporais. Os sintomas incluem dor de cabeça, vómito com sangue, dores musculares e perda de por vários orifícios.