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A vila olímpica na China teve de mudar de lugar — tudo por causa da descoberta de um palácio com 800 anos

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Instituto Provincial de Relíquias Culturais e Arqueologia de Hebei

A descoberta foi feita em 2018, durante escavações que procuravam garantir que nenhum artefacto valioso seria destruído com a construção da vila que acolhe os atletas dos Jogos Olímpicos.

A vila de Taizicheng, no norte da província chinesa de Hebei, foi baptizada como a “vila do príncipe da coroa“. Muitos residentes acreditavam que este nome estava ligado às raízes reais da comunidade — e parece que tinham razão.

Antes da construção da vila olímpica que está a acolher os atletas dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, uma equipa de arqueólogos avaliou o local e acabou por descobrir um palácio de verão datado de 1202 que pertencia à dinastia Jin, revela o Ancient Origins.

O sítio arqueológico do palácio já era conhecido desde os anos 70 e inclui ruínas das dinastias Liao e Jin. No entanto, foi só em 2017, quando a China ganhou a candidatura para a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que arrancou um trabalho sério de exploração em Taizicheng, para se garantir que nenhum artefacto valioso era destruído na construção da vila olímpica.

Zhang Wenrui, reitor do Instituto Provincial de Relíquias Culturais e Arqueologia de Hebei, acredita que a descoberta do palácio apareceu como uma “grande surpresa” para os especialistas chineses.

A equipa inicialmente acreditava que as ruínas tinham pouco valor, mas rapidamente começaram a descobrir objetos de cerâmica históricos, materiais de construção e detalhes na arquitetura do palácio.

A descoberta inclui 67 fundações de edifícios e 14 estradas. Peças de cerâmica banhadas a branco e esculturas de cabeças de dragão também foram encontradas. O palácio em questão é muito provável o que resta do Palácio de Taihe, construído para ser a residência de Verão do Imperador Jin Wanyan Jing, cujo reinado durou desde 1189 até 1208.

Este é assim o primeiro palácio da dinastia Jin a ser encontrado na China e será uma fonte de conhecimento para os estudiosos da arquitetura desta época.

Após as investigações revelarem o valor histórico e a magnitude da revelação, os arqueólogos recomendaram que a vila olímpica fosse relocalizada e esta acabou por ser construída fora das ruínas.

A descoberta foi incluída no top 10 das revelações arqueológicas de 2018 e o sítio foi incluído numa unidade de proteção de relíquias culturais chinesas em 2019. A 31 de Dezembro de 2021, foi aberto um parque arqueológico no local que pode ser visitado pelo público.

A vila olímpica está do outro lado da rua da exibição, pelo que os atletas já foram convidados a visitar a exposição com a aprovação do Comité Olímpico e com o respeito pelas regras impostas pela pandemia.

ZAP //

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