“Durante muito tempo, as viagens espaciais vão ser simplesmente uma porcaria”. Comentador científico apresenta três grandes desafios do futuro próximo da exploração do Universo: radiação, velocidade e… gravidade.
Elon Musk, Jeff Bezos e outras figuras proeminentes no campo da exploração espacial têm há muito promovido visões grandiosas de tornar a humanidade numa espécie multiplanetária e interestelar — ambições cheias de estrelas que cativaram a imaginação de muitos.
No entanto, há quem tenha uma opinião diferente, pelo menos para os primeiros anos das viagens espaciais comerciais.
No seu mais recente livro, The Skeptics Guide to the Future (O Guia dos Céticos para o Futuro), onde faz as suas previsões do futuro da exploração espacial, Steven Novella confessa: “durante muito tempo, as viagens espaciais vão ser simplesmente uma porcaria.”
O neurologista de Yale e conceituado comentador científico chegou a tal conclusão desanimadora após uma análise detalhada das provas disponíveis. Destaca, de acordo com o Real Clear Science, três grandes desafios.
Três desafios das viagens espaciais
Em primeiro lugar, a dura realidade do Espaço, um reino perigoso cheio de radiações prejudiciais.
Os astronautas no Espaço carecem da proteção de que beneficiam em Terra, cortesia da atmosfera e campo magnético do Planeta Azul que nos protegem das partículas carregadas do sol.
Embora as naves espaciais possam incorporar cascos espessos e escudos de água para mitigar a maioria dos riscos de radiação, tempestades solares repentinas podem superar facilmente essas defesas, escreve o autor.
Outro adversário formidável na paisagem cósmica é a radiação galáctica, na forma de raios cósmicos. As partículas de alta energia viajam a velocidades próximas à da luz, tornando-as quase impossíveis de serem protegidas. Astronautas que embarcam em jornadas pelo sistema solar durante meses ou anos estariam vulneráveis a esta ameaça invisível.
O segundo grande obstáculo para o futuro da viagem espacial é a velocidade.
Apesar do foco em naves espaciais futuristas por parte dos empreendedores espaciais, a pedra angular da viagem espacial ainda é o foguete químico, que embora eficientes para transportar cargas e humanos para a órbita terrestre, mostram-se lamentavelmente inadequados para jornadas interestelares.
Mesmo as tecnologias de propulsão mais promissoras, como propulsores de iões, motores nucleares e velas solares, estão longe de estar prontas para missões tripuladas.
O terceiro obstáculo destacado, e talvez o mais subestimado, é a ausência de gravidade.
A ausência de peso, embora fascinante, apresenta inconvenientes significativos. Tarefas simples como comer e ir à casa de banho tornam-se bastante desafiantes e os astronautas sofrem com atrofia muscular, enfraquecimento dos ossos e deterioração da visão.
A solução mais viável seria criar gravidade artificial por meio da rotação. No entanto, tal requer estruturas colossais de aproximadamente um quilómetro de diâmetro para evitar a vertigem debilitante.