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No futuro, as viagens de avião podem ser alimentadas por restos de comida

O lixo de uma pessoa pode mesmo ser o combustível usado por outra. Uma equipa de investigadores detalha, num recente estudo, um novo método de conversão de resíduos alimentares em combustível de aviação sustentável.

A aviação comercial contribui com cerca de 3% do total de emissões globais de dióxido de carbono. Apesar de ser uma grande poluidora, esta indústria está ativamente à procura de soluções verdes na forma de combustível.

Uma equipa de cientistas do National Renewable Energy Laboratory, nos Estados Unidos, publicou recentemente um estudo na Proceedings of the National Academy of Sciences no qual detalha um novo método de conversão de resíduos alimentares em combustível de aviação sustentável.

O etanol e o biodiesel são dois tipos comuns de biocombustível renovável. No entanto, fabricar um combustível de aviação sustentável é um processo muito mais complicado, já que este deve ser muito semelhante ao combustível à base e petróleo para que possa servir os motores e as aeronaves já existentes.

O Popular Science explica que reinventar um motor capaz de funcionar com diferentes tipos de combustível levará o seu tempo, pelo que o mais eficaz é projetar um combustível verde que possa ser usado agora.

Os cientistas separaram os ácidos gordos voláteis da fermentação de resíduos de alimentos e converteram-nos em moléculas de parafina simples que podem ser usadas como combustível. A nível químico, estas moléculas não são muito diferentes dos combustíveis fósseis tradicionais.

Os padrões da indústria determinam que quaisquer novos combustíveis para aviação só podem compor 10% da mistura que abastece os aviões, sendo que os outros 90% são compostos por um combustível convencional à base de petróleo.

De acordo com a equipa, o novo biocombustível de resíduos alimentares pode compor 30% da mistura sem sacrificar a funcionalidade, uma proporção que ainda está a ser testada em laboratório e ainda irá demorar algum tempo até ser aplicada num voo real.

Liliana Malainho, ZAP //

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