Especialistas esclarecem que doença tem origem numa família de coronavírus distinta da que deu origem à SARS ou à covid-19.
Um surto de uma doença intestinal nos cães está a preocupar os veterinários e especialistas em saúde animal no Reino Unido, depois de nas últimas semanas o número de casos ter aumentado. A origem da doença ainda está a ser investigada, mas possíveis ligações ao coronavírus não são de desconsiderar – mas não aquele que causou a pandemia da covid-19.
Os primeiros relatos começaram a surgir no mês passado, através das redes sociais. Faziam referência a sintomas como vómitos ou diarreias, o que alarmou os especialistas e membros do Small Animal Veterinary Surveillance Network, que pertence à Universidade de Liverpool. Através de contactos com clínicas veterinárias, concluíram que também estes profissionais estavam a constatar um aumento de casos que coincidiam com os sintomas relatados.
Inicialmente, especulou-se que a doença poderia estar relacionada com a frequência de praias. No entanto, os investigadores colocaram-na de parte, já que facilmente concluíram que a maioria dos cães doentes não tinha estado nestes espaços num passado recente. O surto parece ter começado no norte de Inglaterra, mais precisamente no condado de Yorkshire. À primeira vista, muitos sintomas parecem também assemelhar-se aos de outro surto, também registado no Reino Unido entre 2019 e 2020, de coronavírus entérico canino (CEVoV).
De acordo com o site Gizmodo, a maioria dos cães infetados com CECoV não ficavam doentes e os que ficavam tinham apenas sintomas ligeiros. O vírus em causa é altamente contagioso, mas também vulnerável a desinfetantes – para além de não afetar em qualquer grau os humanos. Apesar de provir de um coronavírus, não se trata da mesma família que causou a SARS ou a covid-19.
As origens do atual surto ainda estão a ser investigadas. Na semana passada, os investigadores lançaram os resultados de questionários disponibilizados a cuidadores que suspeitavam que os seus animais tinham estado infetados. As conclusões indicavam que os cães afetados recuperaram dentro de duas semanas, sem qual tipo de complicação mais série. Ainda assim, precisaram de cuidados adicionais.
O esforço de investigação deverá continuar no futuro, quer através da distribuição de questionários como da recolha de fezes para análise. Até que mais conclusões sejam avançadas, os especialistas recomendaram que os cães com os sintomas descritos fossem isolados de outros cães, mesmo no quando vivem num espaço comum. Os cuidadores são ainda instigados a limpar todos os sinais das passagens dos seus animais nos espaços públicos, higienizando as mãos de seguida.