E se o famoso asteroide Vesta fosse um detrito planetário? Uma nova investigação percebeu que este corpo estelar não tem um núcleo, o que levanta novas questões.
Vesta é o segundo maior asteróide do Sistema Solar. Durante muito tempo, a comunidade científica acreditou que Vesta tinha uma crosta, um manto e um núcleo — características semelhantes às da Terra, o que fazia os astrónomos acreditar que podia tratar-se de um proto-planeta.
Publicado na revista Nature Astronomy, o estudo revela que a estrutura interna de Vesta é mais uniforme do que se pensava — afinal, não tem núcleo, concluíram as medições feitas à sua rotação e campo gravitacional.
“A falta de um núcleo foi muito surpreendente”, disse à SciTechDaily o professor assistente de Ciências da Terra e do Ambiente da MSU, Seth Jacobson, coautor do artigo. “É uma forma muito diferente de pensar sobre Vesta”.
Esta descoberta revela dias novas hipóteses: ou Vesta começou o processo de fusão necessário para dar ao asteroide camadas distintas, como um núcleo, manto e crosta, mas nunca o terminou, ou então, como já Jacobson já propusera,Vesta é um pedaço partido de um planeta em crescimento no nosso sistema solar.
“Esta ideia passou de uma sugestão algo disparatada para uma hipótese que agora estamos a levar a sério devido a esta reanálise dos dados da missão Dawn da NASA”, comenta o autor.
Para comprovar esta teoria, será agora necessário realizar mais investigação e avançar com novas abordagens aos dados da missão Dawn. Será ainda necessário ajustar a forma como estudam os meteoritos de Vesta para aprofundar qualquer uma das hipóteses.
“A coleção de meteoritos de Vesta já não é uma amostra de um corpo no espaço que não conseguiu ser um planeta”, diz Jacobson. “Estes podem ser pedaços de um planeta antigo antes de ter crescido até à sua plenitude. Só que ainda não sabemos que planeta é esse”.