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Verme da Guiné prestes a tornar-se a segunda doença da História a ser erradicada

Carter Center/L. Gubb

A doença do verme da Guiné está prestes a tornar-se a segunda doença da história da Humanidade a ser erradicada, depois de terem sido registados apenas 14 casos.

No dia 26 de janeiro, o Carter Center anunciou que apenas 14 casos da doença do verme da Guiné foram relatados no mundo inteiro em 2021. Foram detetados sete casos no Chade, quatro no Sudão do Sul, dois no Mali e um na Etiópia.

Durante os anos 80, o número de casos rondava os 3,5 milhões. Agora, o número de casos aproxima-se do zero e a doença está prestes a ser erradicada.

A confirmar-se, a doença do verme da Guiné será a primeira doença parasitária a ser erradicada. Poderá também ser a segunda na história da Humanidade a ser erradicada, após a varíola.

“Dizer que temos apenas 14 seres humanos infetados num planeta de quase oito mil milhões é um recorde fenomenal para o programa do verme da Guiné”, diz o diretor do programa de erradicação da doença no Centro Carter, Adam Weiss, citado pela Associated Press.

Dracunculíase, também conhecida como doença do verme da Guiné, é uma infeção causada, precisamente, pelo verme da Guiné, cujas fêmeas da espécie parasitam seres humanos.

O verme mede cerca de um a dois milímetros de largura, sendo que a fêmea adulta pode alcançar de 60 a 100 centímetros de comprimento.

Na fase inicial não há sintomas aparentes, mas cerca de um ano depois, a pessoa apresenta uma dolorosa sensação de ardor. É bastante incomum a morte devido à doença.

A pessoa é infetada ao ingerir água contaminada com pulgas-d’água infestadas por larvas do verme da Guiné. A doença afeta comunidades pobres em partes remotas do continente africano que não têm água potável para beber.

Além da dor da bolha que a doença causa, a remoção do verme também é muito dolorosa. Além disso, sem os devidos cuidados médicos, a ferida muitas vezes fica infecionada.

Desde 1986, o Carter Center liderou a campanha internacional para erradicar a doença do verme da Guiné, trabalhando em estreita colaboração com os ministérios da saúde e comunidades locais, os Centros dos EUA para Controlo e Prevenção de Doenças, a Organização Mundial da Saúde, UNICEF e muitos outros.

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As infeções de animais, como cães e gatos, com o verme da Guiné também caíram 45% em 2021, face ao ano anterior, o que é importante porque os animais domésticos podem ter um papel na transmissão do parasita, disse Weiss.

Daniel Costa, ZAP //

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