Venezuela ordena bloqueio de transações financeiras do opositor Juan Guaidó

Cristian Hernandez / EPA

O Controlador-Geral da República da Venezuela ordenou ao supervisor do setor financeiro que bloqueasse todas as transações do presidente do parlamento, Juan Guaidó.

O Controlador-Geral da República da Venezuela, designado pela Assembleia Constituinte, ordenou esta quarta-feira à entidade supervisora do setor financeiro do país que bloqueie todas as transações do presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, por alegado branqueamento de capitais.

O anúncio foi feito através da televisão estatal venezuelana, pelo Controlador-Geral designado pelo governo do Presidente Nicolás Maduro, Elvis Amoroso. “Que façam saber aos empresários, às pessoas naturais e jurídicas, que devem abster-se de realizar qualquer tipo de transação com (Juan) Guaidó, porque o dinheiro multimilionário que mobiliza é proveniente da branqueamento de capitais”, disse.

O anúncio tem lugar um dia depois de os Estados Unidos anunciarem que triplicaram a ajuda à oposição venezuelana para promover uma mudança de governo e que pela primeira vez será dado dinheiro diretamente a Juan Guaidó.

O novo apoio será de 52 milhões de dólares (46,8 milhões de euros) e o anúncio foi feito pelo diretor da Agência para o Desenvolvimento Internacional dos EUA, Mark Green, após uma reunião com o representante de Juan Guaidó em Washington, Carlos Vecchio, que o governo de Donald Trump reconhece como embaixador da Venezuela nos Estados Unidos.

Esta quarta-feira, o Controlador-Geral da Venezuela apelou ainda ao setor financeiro e bancário estrangeiro, ao Ministério Público venezuelano, ao sistema judicial do país e ao ministério de Relações Internas da Venezuela que tomem medidas preventivas para evitar que a empresa T&C Services possa “tributar ou alienar ativos”.

A T&C Services é propriedade de Javier Troconis, designado pelo presidente do parlamento como encarregado presidencial para a gestão e recuperação de ativos da Venezuela no estrangeiro. “Realizaram contratos com a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA, empresa petrolífera estatal) no valor de 204 milhões de dólares (183,6 milhões de euros). Uma ação da Controladoria, da direção da PDVSA e da auditoria interna, evitou que entregassem mais 127 milhões de dólares (114,3 milhões de euros)”, explicou Elvis Amoroso.

Segundo o Controlador-Geral os representantes de Juan Guaidó são ainda responsável pelo “roubo” da petrolífera Citgo (filial da PDVSA nos EUA), que terá sido “entregue ilegalmente” à empresa canadiana Crystallex, por 1.500 milhões de dólares (1.350 milhões de euros). “A apropriação ilegal de Citgo é um facto fraudulento que ocasionou um dano patrimonial de 32,5 mil milhões de dólares (29,25 mil milhões de euros) ao fisco da nação, ao património nacional”, explicou.

Por outro lado, anunciou que foram abertos procedimentos administrativos contra o presidente da Câmara Municipal de Chacao (na zona leste de Caracas), o opositor Ramón Muchacho, e contra o ex-presidente da Câmara Municipal de Guanta (Estado de Anzoátegui) e Jhonnathan Marín, do Partido Socialista Unido da Venezuela (o partido do Governo), por “ilícitas irregularidades que afetaram o património público”.

// Lusa

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